O CEO da Atlas Quantum, Rodrigo Marques, seria o proprietário de uma offshore no Uruguai no mesmo endereço onde anteriormente funcionava um cartel especializado em lavagem de dinheiro.

A identificação da empresa de Marques, até então desconhecida, foi fruto de um trabalho investigativo conduzido pelo Advogado Dr. Artemio Picanço, que representa uma série de clientes da Atlas.

Contudo, para não prejudicar as investigações, tendo em vista que o documento foi encaminhado para o Ministério Público, o nome da empresa não será revelado.

"Foi um trabalho investigativo que fizemos a partir de uma empresa que ele usava em contratos de mútuos conversíveis na Phoenyx", revelou.

Foto-sociedade

Offshore era holding da Atlas

Segundo levantamento feito pelo Cointelegraph, o desenho da atuação da empresa no Uruguai começou a ser feito em 2018, quando a Atlas iniciou um planejamento de expansão internacional.

A Atlas planejava oferecer seu suposto serviço de arbitragem de Bitcoin em outros países (como de fato ocorreu na Argentina) e também planeja outros produtos baseados em blockchain.

A empresa foi constituída em fevereiro de 2019 e teve uma alteração em junho daquele ano.

A companhia iria atuar como holding da Atlas, agrupando todas as outras iniciativas do grupo.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, o Uruguai tem uma tributação diferente para empresas que não atuam no país e somente abrem escritório na nação.

Desta forma, uma empresa aberta lá, mas que não opera no Uruguai possui uma tributação diferente e que incentiva a constituição de holdings no país.

Ainda segundo a fonte o desenho da operação era para que todas as empresas do grupo ficariam subordinadas societariamente a holding

No entanto a empresa nunca teria sido usada até os problemas da Atlas começarem a surgir após a publicação do Stop Order pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Local abrigava empresa usada por cartel para lavar dinheiro

O local de constituição da empresa, abrigou, no passado, um cartel usado para lavagem de dinheiro.

No endereço funcinava a Financiera Estarey SA que estava ligada com às atividades de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas realizado pela organização "Cartel de Juárez", do México.

A operação de lavagem de dinheiro era realizada através de saques bancários originados no Citibank NA Bank de Nova York.

A empresa usada pelo cartel do narcotráfico teria sido constituída em 3 de abril de 1995 para negociar no campo de casas e corretores, bolsa de valores, compra e venda de ouro, registro de marcas e patentes. 

Não há relação de negócios entre a empresa e a Atlas ou a holding aberta por Rodrigo Marques.

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