O restaking de Ether eventualmente se tornará comum, mas os rendimentos ainda são especulativos e os riscos permanecem incertos, de acordo com Mike Silagadze, CEO do protocolo de restaking líquido Ether.fi, que falou na Blockchain Futurist Conference em 13 de agosto.
“O risco do restaking ainda não foi totalmente caracterizado”, disse Silagadze, acrescentando que “há muitos motivos para acreditar que provavelmente será bastante baixo.”
O restaking envolve pegar Ether (ETH) que já foi staked — colocado como garantia com um validador em troca de recompensas — na rede Ethereum e usá-lo para proteger outros protocolos simultaneamente.
A premissa é que, em troca de assumir o risco — restakers podem ser “cortados” se os validadores de qualquer uma das redes que eles protegem se comportarem de maneira inadequada — o restaking pode aumentar consideravelmente as recompensas.
“O benefício é que você está obtendo mais recompensas”, disse Silagadze. “O risco é o risco de contrato inteligente, e agora você pode potencialmente ser cortado por cinco redes diferentes em vez de apenas uma.”
O restaking ganhou destaque após o lançamento do EigenLayer, um protocolo de restaking na Ethereum que alcançou quase US$ 13 bilhões em valor total bloqueado (TVL) desde 2023, segundo a DeFiLlama. Protocolos de restaking líquido — como o Ether.fi — somam aproximadamente outros US$ 10 bilhões em TVL, mostram os dados.
O EigenLayer serve como uma plataforma para uma crescente constelação de “serviços validados ativamente” (AVSs), protocolos que se protegem usando ETH restaked impulsionado pelo EigenLayer. Entre os maiores AVSs do EigenLayer estão EigenDA, eOracle e Lagrange State Committees, cada um dos quais é protegido por mais de 2 milhões de ETH — valendo mais de US$ 5 bilhões aos preços atuais.
Silagadze disse que, por enquanto, as propostas de valor dos AVSs são principalmente especulativas, mas isso pode eventualmente mudar:
“O rendimento vem da especulação — realmente não há outra atividade no momento.”
“A única maneira de isso fazer sentido a longo prazo é se as redes de restaking conseguirem clientes, e esses clientes, direta ou indiretamente, pagarem pelos serviços que essas outras redes de restaking fornecem”, continuou Silagadze, acrescentando que “provavelmente estamos falando de anos” até que isso aconteça.
“Mas, por outro lado, acho que é inevitável”, concluiu ele.