Pesquisadores do International Institude for Management Development (IMD), instituição suíça de educação empresarial, divulgaram o novo ranking de competitividade digital, mostrando o Brasil duas posições abaixo do ano passado, em 57o. lugar, ultrapassado por Argentina e Filipinas. A notícia foi publicada pelo portal IP News.
O estudo, que no Brasil teve apoio da Fundação Dom Cabral (FDC), mostra que o Brasil perdeu pontos em todas as categorias analisadas, distanciando-se da possibilidade de oferecer um ecossistema farovável à adoção, desenvolvimento e exploração de tecnologias digitais.
Na área do conhecimento, o país perdeu sete posições em um ano, posição que pode se agravar ainda mais a partir das consequências dos cortes do governo Bolsonaro nas áreas de pesquisa e inovação no Brasil, ainda não mensuradas:
"Estamos entre os dez piores países do estudo em seis das dezoito variáveis analisadas".
Ou indicador crítico da pesquisa é a competitividade digital, que mede o percentual de graduandos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática na educação superior. O Brasil forma apenas 15,35% de graduandos nestas áreas, bem abaixo da média dos países pesquisados, inclusive com relação a outros países do continente.
Novamente, nesta área, a perspectiva para o próximo ano, com contingenciamento de bolsas e de verbas educacionais, é de piora.
O país também vai mal na infraestrutura de banda larga, na 39a. posição e na velocidade média de banda larga, na 53a. posição com apenas 6,8 Mbps. Na categoria investimento, o país também vai muito mal, em 59o. em disponibilidade de recursos para tecnologias, 52o. na avaliação de executivos sobre disponibilidade de capital de risco para financiamento de base tecnológica e 51o. na avaliação da disponibilidade de produtos bancários para financiamento em tecnologia e inovação.
O destaque brasileiro ficou para a adaptação dos brasileiros ao uso de novas tecnologias, com o Brasil na 38a. posição, sete acima do que em 2017.
Os pesquisadores da FDC defendem que o ambiente regulatório brasileiro precisa ser "urgentemente revisto para se adequar ao contexto tecnológico do século XXI" e para a chamada Quarta Revolução Industrial, com adoção e capacitação para tecnologias como blockchain, inteligência artificial, machine learning, computação quântica, entre outros. Eles completam:
"É preciso atualizar o modelo educacional, incluindo disciplinas sobre novas tecnologias e competências, além de reduzir desigualdades de gênero e de raça em universidades e centros de pesquisa."
Como o Cointelegraph noticiou anteriormente, a chamada “Quarta Revolução Industrial” é uma preocupação de diversos países do mundo, que tentam se preparar para a revolução digital em áreas como fintech, sistemas de pagamento e a educação.