O Pix deve impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em R$ 280,7 bilhões (+2,41%) até 2028 com a adesão de 2,8 milhões de pessoas, segundo o Relatório de Impacto Econômico e Inclusão Financeira, realizado recentemente pela ACI Worldwide em parceria com a The Centre For Economics and Business Research.
De acordo com o estudo, esse crescimento equivale à produção de 2,5 milhões de trabalhadores. O que deve favorecer a hegemonia do Brasil na América Latina, onde o país responde por 75% das transações instantâneas, através da plataforma do Banco Central (BC).
“A conexão entre pagamentos em tempo real e inclusão financeira deve estimular ainda mais inovação entre fintechs e instituições, criando novas experiências e oportunidades para um número crescente de usuários”, explicou o responsável pela ACI Worldwide no Brasil, Vlademir Santos.
Depois do Brasil, a adoção de transações eletrônicas instantâneas na região é seguida pelo México, com previsão de chegar a US$ 12,8 bilhões até 2028, Argentina, que deve alcançar o volume de US$ 19,3 bilhões até 2028, Chile, que deve responder por US$ 740 milhões até 2028, e Peru, com previsão de atingir US$ 376 milhões nesse período.
Segundo o levantamento, globalmente os pagamentos em tempo real devem representar um incremento de US$ 285,8 bilhões no PIB global nos próximos quatro anos, montante equiparado ao trabalho de 16,9 milhões de pessoas e a criação de 167 milhões de novos correntistas até 2028.
MEI
De acordo com um levantamento do Sebrae divulgado na última semana, o Pix também é a principal forma de pagamento e responde pela maior parte do faturamento de mais da metade dos microempreendedores individuais (MEI) do país. Segundo pesquisa, para 48% dos MEI, essa modalidade já recebe 51% ou mais de todo o recurso movimentado na venda de produtos ou serviços.
A sondagem apontou que o Pix, lançado em 2020, alcançou em menos de quatro anos um estágio de quase universalização, sendo aceito atualmente por 97% dos MEI. Os poucos empreendedores que ainda não aderiram apresentam argumentos como: receio de pagar impostos e taxas, medo de golpes, ausência de conta em banco ou o não uso de aplicativos de bancos, entre outras justificativas.
Além de revolucionar a forma como os pequenos negócios efetuam transações comerciais, o Pix está estimulando a “bancarização” dos MEI no país. Foi o que avaliou o gerente de Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, Valdir Oliveira, considerando que “nossa pesquisa mostra que mais da metade dos microempreendedores individuais (54%) já usam a conta bancária da pessoa jurídica da empresa na hora de receber os pagamentos via Pix". Para ele, esse é um aspecto importante para a evolução dos microempreendedores individuais, já que “o Pix se mostra um grande instrumento de bancarização dos MEI.”
“A facilidade de transação aproxima esse segmento das movimentações bancárias e das instituições financeiras, o que facilita o acesso a crédito, pois a falta de informações precisas sobre a realidade financeira dos microempreendedores individuais é a maior barreira para que os bancos avaliem melhor o limite de crédito e o risco desses clientes”, completou.
De olho nesse mercado, a BRX Finance, empresa de soluções financeiras baseadas na tecnologia blockchain, anunciou na última semana o lançamento da Fiat2Safe, uma plataforma que permite a conversão de reais em criptoativos via Pix e a criação de carteiras digitais baseadas no padrão de abstração de contas. O que permite a realização de transferências internacionais de stablecoins com taxas competitivas, entre outros recursos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.