As autoridades dos Estados Unidos acusaram um homem da Pensilvânia de associação criminosa para cometer fraude e extorsão por meio de uma série de SIM swappings visando executivos e investidores de criptomoeda.

O SIM swapping - também conhecido como golpe da troca de chip - envolve o roubo de um número de telefone celular para seqüestrar contas on-line de rede social e financeiras, que se torna possível pelo fato de muitas empresas usarem mensagens ou chamadas telefônicas automatizadas para fazer a autenticação do cliente.

De acordo com um comunicado de 11 de dezembro do Departamento de Justiça dos EUA, Anthony Francis Faulk, 23, supostamente usou "técnicas de fraude, enganação e engenharia social" para convencer os funcionários de telecomunicações a transferir números de cartões SIM pertencentes a seus alvos.

As acusações foram apresentadas pelo procurador dos EUA David L. Anderson e pelo agente especial responsável pelo FBI John Bennett e submetidas ao Tribunal Distrital dos EUA no norte da Califórnia.

As acusações têm uma pena máxima de 20 anos

Faulk e os outros membros da quadrilha, nenhum dos quais foi identificado, supostamente perpetraram seu golpe entre outubro de 2016 e maio de 2018.

Embora os documentos do tribunal não divulguem a quantidade de criptomoedas supostamente roubadas, a acusação alega que Faulk usou os recursos para comprar uma casa, quatro carros (dentre eles uma Ferrari), jóias, um relógio Rolex e direitos de royalties sobre vinte músicas.

A propriedade ilícita estará sujeita a confisco criminal se Faulk for condenado. Após sua prisão, Faulk compareceu perante um tribunal no Distrito Oeste da Pensilvânia em 11 de dezembro.

Ele foi acusado de associação criminosa para cometer fraude eletrônica e de intenção de extorquir usando comunicações interestaduais.

A primeira acusação acarreta uma pena máxima de 20 anos de prisão e multa de US$ 250.000, a segunda uma pena máxima de 2 anos e da mesma forma, uma multa de US$ 250.000.

Faulk foi temporariamente liberado sob fiança de US$ 250.000 e deve comparecer ao tribunal em 9 de janeiro de 2020.

Uma ameaça persistente

O SIM swapping tornou-se uma preocupação crescente para os agentes da lei e, consequentemente, colocou as empresas de telecomunicações - guardiãs dos dados de identidade do usuário - sob os holofotes por sua suposta cumplicidade no crime.

Michael Terpin - um investidor de blockchain e criptomoeda que entrou com uma ação relacionada ao SIM swapping contra a operadora de telecomunicações AT&T - disse ao Cointelegraph que o maior risco para os investidores de criptomoeda "é que as principais empresas de telefonia prometem segurança e não a entregam".