O Ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira que o Brasil "está prestes" a entrar para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e que o governo planeja uma oferta pública de ações (IPO) do recém-criado banco digital da Caixa Econômica Federal.
Guedes participou do evento online Milken Institute Global Conference, defendendo que o governo promova "roadshows" para atrair investidores extrangeiros e disse que o Banco Central está trabalhando em um mecanismo de proteção cambial para dirimir os riscos para os investidores.
“Se setor privado fora quer pagar dinheiro extra para ter uma garantia … nós podemos dar a eles por um certo preço. Se eles quiserem isso, nós vamos prover”
O ministro também defendeu que a adoção condições monetárias mais flexíveis e fiscais mais rígidas pelo governo Bolsonaro enfraqueceram a moeda nacional, mas isso teria sido atenuado pela alta das exportações, projetando a queda do PIB do país para 4% - menos do que apontavam os analistas econômicos.
Bem ao seu estilo, Guedes disse:
“[O Brasil] É o lugar certo para bom dinheiro, dinheiro para horizonte de longo prazo, investimento privado”
Uma das apostas do Ministro da Economia é o banco digital recém-criado pela estatal Caixa Econômica Federal, que está nos planos de privatização de Guedes.
Durante a pandemia de COVID-19, o governo gastou 10% do orçamento no combate à pandemia, a maior parte para ajuda financeira aos brasileiros de baixa renda, com a Caixa tendo papel central na identificação dos beneficiários e no pagamento dos benefícios. A iniciativa, garante Guedes, gerou um banco de digital com 64 milhões de "clientes", abrindo oportunidades de mercado.
Guedes diz que a base de clientes da Caixa hoje permite o planejamento de uma IPO do banco digital, criado "em seis meses" para pagar os benefícios do governo:
“Digitalizamos 64 milhões de pessoas. Quanto vale um banco com 64 milhões de pessoas? Pessoas de baixa renda, mas pessoas que estavam (com carteira assinada) pela primeira vez, então vão ser fiéis para o resto da vida.”
Segundo Guedes, o Brasil já cumpriu dois terços dos requisitos para ser aceito na OCDE e deve entrar definitivamente na organização "em um ano". Entre os requisitos que teriam sido cumpridos pelo governo, estariam transparência, regulação, combate à corrupção e estabelecimento de de protocolos de aquisição.
A entrada do Brasil na OCDE é uma das promessas do governo Bolsonaro, que se aproximou do governo Donald Trump em 2019 acreditando na promessa de que ganharia uma cadeira na organização.
Mais cedo, na segunda-feira, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeu, defendeu a entrada do Brasil na OCDE com apoio dos Estados Unidos e disse que o governo Trump defende a aceitação candidatura brasileira "o mais rápido possível".
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