O Paraná deu mais um passo para se consolidar como referência em inovação digital. O estado discute a criação de um token DID único para cada veículo, que registraria todo o histórico automotivo em blockchain.
A proposta foi tema de uma reunião nesta terça-feira (02), entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) e parceiros financeiros e tecnológicos. A ideia é lançar um Passaporte Veicular Digital, capaz de garantir maior segurança, transparência e agilidade no setor automotivo.
Na prática, cada veículo seria representado por um ativo digital único, armazenando dados e histórico de forma imutável, rastreável e transparente.
Esse registro evitaria fraudes na quilometragem, adulteração de laudos e omissão de informações. Além disso, facilitaria processos como financiamentos e transferências de propriedade, que passariam a ocorrer de maneira totalmente digital e em menos tempo, reduzindo custos e burocracia.
O modelo em estudo colocaria o Tecpar e a empresa Vetrii como responsáveis pela infraestrutura da plataforma técnica de tokenização. O projeto conta ainda com o apoio do Banco BV, instituição que já participa do consórcio do Drex, a moeda digital brasileira em fase de implementação pelo Banco Central.
Essa conexão mostra como o Paraná busca alinhar iniciativas locais às tendências nacionais de transformação digital no sistema financeiro e de registros públicos.
Blockchain no registro de veículos
Para o presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, o projeto reforça a vocação do instituto em apoiar a modernização tecnológica do estado. Ele destacou que a experiência da instituição em certificação e inovação pode garantir uma solução robusta e confiável.
“Queremos criar uma cadeia de confiança sólida, que ofereça ganhos diretos à sociedade”, afirmou.
Já o presidente do Detran-PR, Santin Roveda, ressaltou que a tokenização de veículos representa mais um passo rumo ao Detran-PR 100% digital.
Segundo ele, o processo permitirá integrar informações hoje registradas manualmente, como a ATPV-e, além de oferecer consultas automáticas ao histórico completo dos veículos. Para Roveda, a iniciativa trará eficiência, transparência e proteção ao cidadão.
Os benefícios são claros tanto para a população quanto para o ecossistema automotivo. Para os motoristas, o Passaporte Veicular Digital garantiria transferências mais rápidas, redução de fraudes e menor dependência de intermediários.
Já para montadoras, seguradoras e bancos, o valor estaria na integração automática de novos dados ao longo da vida útil do veículo, ampliando a rastreabilidade e possibilitando serviços personalizados com base em informações confiáveis.
Os próximos passos envolvem a realização de pilotos técnicos e a integração com os sistemas do Detran-PR.
Esses testes vão permitir avaliar o fluxo completo de tokenização, desde o registro inicial até a transferência digital de propriedade. Com isso, o Paraná se posiciona como pioneiro na tokenização de veículos no Brasil, combinando inovação tecnológica, segurança jurídica e ganhos reais para cidadãos e empresas.