O plano do Paquistão de utilizar eletricidade excedente para mineração de criptomoedas enfrentou um obstáculo após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter supostamente rejeitado uma proposta para oferecer energia subsidiada a indústrias de alto consumo, incluindo mineradoras de Bitcoin.

O secretário de Energia do Paquistão, Fakhre Alam Irfan, disse ao comitê de energia do Senado que o FMI alegou que tais medidas poderiam distorcer o mercado de energia e agravar os problemas existentes no frágil setor elétrico do país, segundo uma reportagem do portal em língua urdu Independent Urdu.

Embora o Paquistão tenha excesso de eletricidade, especialmente durante o inverno, o FMI continua preocupado que esquemas de precificação possam desequilibrar o mercado, conforme o relatório. Irfan afirmou que todas as políticas energéticas significativas devem ser aprovadas pelo FMI.

O plano da Divisão de Energia, apresentado em novembro de 2024, propôs uma tarifa marginal de 22 a 23 rúpias paquistanesas (cerca de US$ 0,08) por quilowatt-hora para indústrias como fundição de cobre, data centers e mineração de criptomoedas. Autoridades argumentaram que o esquema aumentaria a demanda por eletricidade e ajudaria a absorver a capacidade excedente.

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Fonte: Bitcoin Archive

FMI cita risco de desequilíbrios econômicos

O FMI rejeitou o plano, comparando-o a incentivos fiscais específicos por setor que historicamente geraram desequilíbrios econômicos no Paquistão, segundo a reportagem.

Irfan observou que a proposta não foi completamente arquivada e está sob revisão do Banco Mundial e de outros parceiros internacionais. Ele disse que o governo está trabalhando no aprimoramento do plano com base no feedback dessas instituições.

O Cointelegraph entrou em contato com o FMI para comentar, mas não recebeu resposta até a publicação.

Em maio, o Paquistão destinou 2.000 megawatts de eletricidade excedente para mineração de Bitcoin (BTC) e centros de inteligência artificial como parte de uma iniciativa de transformação digital liderada pelo Conselho de Cripto do Paquistão e apoiada pelo Ministério das Finanças.

Na época, o ministro das Finanças, Muhammad Aurangzeb, anunciou incentivos fiscais para centros de IA e isenções tarifárias para mineradoras de Bitcoin, com o objetivo de atrair investidores.

Saqib propôs pela primeira vez o uso da energia excedente do país para alimentar a mineração de Bitcoin na reunião inaugural do Conselho de Cripto, realizada em março. A reunião contou com a presença de parlamentares, do presidente do Banco do Paquistão, do presidente da Comissão de Valores Mobiliários do Paquistão e do secretário federal de tecnologia da informação.

Paquistão mira rendimentos em DeFi para ampliar reserva de Bitcoin

Durante a conferência Bitcoin 2025, Saqib anunciou planos para a criação de uma reserva nacional de Bitcoin, revelando que uma conversa com Michael Saylor, da empresa Strategy, reforçou sua convicção sobre a iniciativa.

Saqib também afirmou que o país pretende expandir suas reservas de Bitcoin por meio dos rendimentos gerados em protocolos de finanças descentralizadas (DeFi).