Cointelegraph
Cassio GussonCassio Gusson

Caixas Eletrônicos no Brasil podem permitir 'saque' de Bitcoin em nova proposta do Banco Central

Banco Central do Brasil quer que fintechs e empresas financeiras possam acessar com mais facilidade caixas eletrônicos no país

Caixas Eletrônicos no Brasil podem permitir 'saque' de Bitcoin em nova proposta do Banco Central
Notícias

As empresas que oferecem serviços com Bitcoin e criptomoedas no Brasil podem ter uma grande oportunidade de conectividade com o sistema financeiro tradicional em 2020, pois o Banco Central do Brasil colocou em consulta pública um sistema para garantir a interoperabilidade de caixas eletrônicos para que fintechs, pequenas e médias empresas também possam usar a rede no país.

Com a nova proposta Caixas Eletrônicos no Brasil podem permitir 'saque' de Bitcoin, na medida em que fintechs que trabalham com criptomoedas pode usar o sistema para fazer a 'conversão' de Bitcoin e criptomoedas em Reais, como já fazem, Atar, Alterbank e Uzzo, por meio das bandeiras de crédito, Mastercard, Visa e Ello.

A medida, segundo o Banco Central, busca trazer mais competição ao sistema financeiro e permitir que instituições de menor porte, que hoje enfrentam dificuldade em oferecer serviços de 'saques' em dinheiro físico para os clientes, acessem a rede disponível. Com a proposta o Bacen pretende ser o responsável por este setor e fiscalizar o acesso dele.

“Há evidências de que instituições de menor porte têm enfrentado dificuldade em dar acesso a esses serviços a seus clientes”, afirmou o diretor de organização do sistema financeiro e resolução do BC, João Manoel Pinho de Mello.

Segundo o jornal Valor, a consulta pública 75/2019 contém a minuta de circular que cria a figura do arranjo de pagamento na modalidade “saque e aporte” no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Empresas que operam caixas eletrônicos deverão ser autorizadas a operar e seguir regras do BC.

“Esses serviços serão regulamentados de forma similar ao que ocorre em outros como os arranjos de pagamento de cartões de crédito e débito", disse Mello.

Como mostra a reportagem, no Brasil, os maiores bancos têm redes próprias de caixas eletrônicos, sem interoperabilidade - eles não precisarão pedir autorização para operar, conforme a minuta, para não haver interrupção dos serviços; no entanto serão obrigados a seguir a regulamentação e permitir que outras empresas acessem sua rede.

Recentemente o Banco Central também colocou em Consulta Pública o edital para o Open Banking que permitirá, entre outros, que fintechs e outros provedores de serviços financeiros, acessem as contas correntes dos clientes, mediante autorização, desta forma, uma exchange de Bitcoin poderá acessar e movimentar a conta bancária de um cliente oferecendo novos serviços e depósito em tempo real, por exemplo.

Como noticiou o Cointelegraph, sobre o open banking, João Manoel Pinho de Mello declarou que o novo sistema colocará em pé de igualdade bancos e fintechs.

“O ‘open banking’ é uma iniciativa, inclusive no caso do Reino Unido, de fomento à competição. Nós, do BC, temos procurado esclarecer que o importante é estimular a concorrência, que traz melhores produtos, a custo mais baixo para o cliente. A concorrência pode acontecer com concentração alta ou baixa. A competição é o que importa”, declarou.

Confira mais notícias