Um engenheiro nuclear e sua esposa foram presos em West Virginia sob a acusação de espionagem e venda de dados restritos.

O casal vendeu informações confidenciais sobre os projetos de navios de guerra com propulsão nuclear para um indivíduo que eles acreditavam representar uma nação estrangeira por quase um ano. No entanto, o contato era um agente disfarçado do Federal Bureau of Investigation (FBI) dos Estados Unidos que enviava os pagamentos pelos dados em criptomoeda.

Jonathan e Diana Toebbe foram detidos pelo FBI e pelo Serviço de Investigação Criminal Naval (NCIS) no sábado. Eles aparecerão no tribunal federal na terça-feira. De acordo com uma declaração do procurador-geral Merrick B. Garland:

“A denúncia acusa um complô para transmitir informações relativas ao projeto de nossos submarinos nucleares para um país estrangeiro.”

Jonathan Toebbe serviu como engenheiro nuclear designado para o Programa de Propulsão Nuclear Naval e detinha habilitação de segurança nacional ativa por meio do Departamento de Defesa dos EUA.

Em abril de 2020, o FBI suspeitou de Toebbe após descobrir que ele enviou um pacote contendo dados de amostra e instruções sobre como estabelecer comunicações secretas e adquirir mais informações.

Em junho deste ano, um agente secreto enviou US$ 10.000 em uma criptomoeda não especificada para Toebbe como pagamento de “boa fé” após receber alguns dados de amostra. O casal usou um "dead drop" (entrega do objeto em local secreto, sem encontro entre as partes) para esconder um cartão SD contendo mais informações dentro de meio sanduíche de manteiga de amendoim, pelo qual o agente pagou mais US$ 20.000 em criptomoedas pelas chaves de descriptografia.

Em um segundo dead drop, o FBI pagou mais US$ 70.000 em criptomoedas para Toebbe em troca de mais dados sobre submarinos nucleares dos EUA. O FBI prendeu o casal depois que uma terceira entrega foi organizada.

O incidente não é o primeiro em que agências federais dos EUA usam criptomoedas como parte de investigações visando atividades criminosas.

Em agosto, o Departamento de Estado dos EUA começou a oferecer compensação na forma de criptomoedas por meio de seu site "recompensas pela Justiça" em troca de informações que levassem à captura de suspeitos de terrorismo estrangeiro de alto escalão.

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