O fundador do Nubank, David Vélez, revelou ao Cointelegraph Brasil, durante um evento da instituição realizado em São Paulo, nesta quarta, 15, que o banco acredita muito no potencial do Bitcoin e pretende ampliar sua estratégia de criptomoedas em 2024.
Vélez também comentou uma reportagem exclusiva do Cointelegraph Brasil, que cita a posição do banco como um das instituições financeiras mais amigáveis a criptomoedas no mundo e destacou que o banco acredita muito no potencial do Bitcoin.
"Recentemente, a gente apareceu como um dos bancos mais amigáveis do Bitcoin do mundo. Estou super orgulhoso dessa janela. A gente acredita muito no Bitcoin. Há alguns criptoativos, eu não diria que todos, pois existe uma grande variedade de ativos, mas tem muita cosia que a gente nunca ofereceria para nossos clientes. Por isso quando a gente olha para cripto, a gente escolhe muito os ativos que serão incorporados no Nubank", disse.
Vélez destacou que o Nubank só lista "criptomoedas que a gente compraria" e por isso a instituição não terá 20, 30, 40 ou mais criptoativos listadas.
"Nossa estratégia com cripto é ter apenas as criptomoedas que a gente mesmo compraria com o nosso dinheiro. É o que a gente realmente confia" ,disse.
Segundo ele, dentro dessa linha, o Nubank vai continuar expandindo sua estratégia em cripto e revelou que nos últimos 12 meses o banco ganhou bastante marketshare no mercado de criptomoedas no Brasil, com mais de 2 milhões de clientes, registrando um crescimento de mais de 1.500% entre março de 2022 e março de 2023.
Ainda segundo ele, ativos digitais, criptomoedas e CBDCs são novas tecnologias que abrem oportunidades de grandes produtos para o Nubank.
"A gente vê ativos digitais, cripto, CBDC, Drex, como novas tecnologias que abrem grandes produtos para a gente, oportunidade de inovar para nossos clientes. Então, tem muita tecnologia onde a gente vem trabalhando e acho que vamos ter grandes novidades em 2024, nas próximas notícias em relação a como utilizamos essas novas tecnologia", finalizou.
Além de ampliar a estratégia com criptomoedas, Vitor Olivier, CTO do Nubank, revelou que o banco vem trabalhando em soluções baseadas em inteligência artificial, especificamente com GPT, para diversas funções, como interpretar dados não estruturados buscando, entre outros, customizar o conteúdo para os clientes.
Sobre o uso de GPT, ele apresentou modelos em produção, e que devem ser disponibilizados para os clientes em breve. Nesses modelos a inteligência artificial interagem com documentos (PDF) e há mudanças no tom das conversas com os clientes, dependendo do contexto, e uma personalização melhor de sugestões e serviços dentro do app.
"Uma evolução maior e mais ampla que é de deep learning, que é a capacidade de usar os dados para captar informações não lineares e entender o comportamento do cliente e a partir disso tomar decisões melhores na relação com o cliente e prevenir fraudes", disse.
Nubank
Ainda durante um evento, David Vélez, traçou os futuros da instituição após atingir o marco de 100 milhões de clientes (somatória dos 3 países de atuação - Brasil, México e Colômbia).
"100 milhões é um número pequeno. Nosso market share é ainda pequeno, pois temos 4% de participação no mercado brasileiro dentro da indústria de serviços financeiros, incluindo credito consignado, seguros, investimento, deposito, entre outros. Somos uma formiguinha no mercado financeiro brasileiro e queremos crescer", disse.
Segundo ele, esse crescimento já está em andamento com diversas estratégias para oferecer novos produtos financeiros, principalmente ligados ao mercado de crédito e investimento (inclusive ofertas com ativos digitais) e também com a expansão do Shopping Nu, sistema de marketplace do Nubank.
A estratégia, segundo Vélez, é tornar o banco uma "Money Plataform", com diversos serviços e produtos, que vão além dos serviços financeiros e, para isso, um dos focos é expandir o Shopping Nu, usando a base de clientes e dados do Nubank.
"Queremos ser uma Money Plataform e com a nossa base temos oportunidade de ir além de produtos financeiros, e oferecer outros produtos e serviços para nossos clientes, como o Shpping do Nu, queremos ser uma das maiores plataformas de comércio da América Latina, e utilizamos nossas bases e dados para oferecer nossos produtos para os consumidores", apontou.
Vélez destacou que serviços financeiros e bancos são a maior indústria do mundo e que, neste mundo, atualmente dominado por plataformas e bancos tracionais, está no começo de uma transformação sendo realizada pelas empresas de tecnologia, assim como ocorreu em outros setores com empresas como Netflix, Google, Uber, entre outras.
Nessa transformação, que também envolve os ativos digitais, Perez destacou que o Nubank se posiciona como uma das principais empresas para liderar essa transformação mundial, devido à experiência no Brasil, com o banco tendo seu lucro com mais de 160% de crescimento nos últimos 12 meses.
"Ainda estamos no primeiro minuto do primeiro tempo, mas queremos liderar esta transformação global nos serviços financeiros", apontou.