Comprar ingresso para um dos shows que a cantora estadunidense Taylor Swift fará no Brasil em novembro pode ser mais difícil que achar uma agulha no palheiro, na maioria dos casos devido à ação dos cambistas. No rol das soluções está a utilização de tokens não fungíveis (NTFs), criptoativos que possibilitam a imutabilidade, programabilidade e rastreamento dos ingressos.
Além das filas online que superam 1,5 milhão de pessoas para cada abertura de vendas de ingresso, acessar as plataformas e entrar nos segundos iniciais das pré-filas pode não ser suficiente para garantir presença no show de Taylor Swift. Isso porque, do outro lado estão eles: os cambistas e seus “bots furadores de fila”, que deixam a maioria dos fãs comendo poeira e reféns de preços astronômicos em um mercado paralelo, o que é ilegal.
O problema dos furadores de fila, que recentemente foi observado em outros em shows, como o da banda inglesa Coldplay e o do grupo vocal mexicano RDB, também se repete na forma presencial de venda de ingresso. Aliás, essa é a forma mais antiga de atuação desses criminosos que apostam na demanda para revender mais caro.
Na última semana, por exemplo, a Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação no Allianz Parque, na zona oeste da capital paulista, onde os agentes do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), com apoio do Procon-SP, conduziram à 1ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Infrações Contra o Consumidor (DDIICC) 25 suspeitos de serem cambistas, que tiveram cartões de crédito apreendidos.
A venda de ingressos em NFT foi utilizada com sucesso no Brasil no ano passado na turnê de despedida dos palcos do cantor e compositor Milton Nascimento, entre outros exemplos recentes, como o Festival de Cinema de Tribeca, realizado entre 7 e 18 de junho em Nova York (EUA), sendo os NFTs ainda atrelados à concessão de benefícios em ambos os casos.
A alternativa de utilização de ingressos em NFT está relacionada às características que diferem cada criptoativo, já que o token funciona como um certificado digital único vinculado à sua posse. O que, por si só, poderia não representar uma arma eficaz contra a ação dos cambistas, caso os NFTS não tivessem outros recursos, como a rastreabilidade, que possibilita o monitoramento de todos os caminhos percorridos pelo criptoativo por meio da tecnologia blockchain, e a programabilidade, que é a definição do comportamento do criptoativo em diferentes situações, via contrato inteligente.
Nesse caso, a ideia é semelhante à proposta do ‘Tokenized Access Control’ (Controle de Acesso Tokenizado), uma solução em NFT desenvolvida pela startup brasileira H3aven capaz de evitar o compartilhamento de senhas de plataformas de streaming como a Netflix, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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