O mercado de criptomoedas operava a um market cap de US$ 2,73 trilhões (-0,05%) na manhã desta segunda-feira (17), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 83,3 mil (-0,3%) com 60,6% de dominância de mercado, sentimento de medo dos investidores (22%) e as altcoins em terreno misto, apesar do avanço de alguns tokens em até 2.000%.

A lateralização do Bitcoin se dissociava dos índices S&P 500 e Nasdaq, correlacionados historicamente com o desempenho do benchmark cripto, encerrados respectivamente em 5.638,94 (+2,13%) e 17.754,09 (2,61%). O que ocorreu na esteira da aprovação de um projeto de US$ 6,75 trilhões no Congresso dos Estados Unidos de financiamento do governo do presidente Donald Trump, até setembro.

Apesar do alívio, a semana pode ser de volatilidade para o mercado de criptomoedas com a reunião de dois dias, terça e quarta-feira (18 e 19), do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Isso porque o colegiado de política monetária do Federal Reserve (Fed) deve decidir entre bancar a aposta ou frear Trump, por meio dos novos rumos da taxa de juros praticada pelo banco central dos EUA.

Falando à NBC no último domingo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que não está preocupado com o movimento corretivo do mercado de ações nos últimos dias. A retração, acompanhada pelo Bitcoin, é decorrente do medo de recessão na maior economia global a partir da guerra tarifária promovida por Trump com a taxação de produtos de outros países, além do corte fiscal e de investimentos.

“O que não é saudável é o fato de você ter esses mercados eufóricos. É assim que se chega a uma crise financeira. Portanto, não estou preocupado com os mercados. A longo prazo, se implementarmos uma boa política tributária, desregulamentação e segurança energética, os mercados se sairão muito bem”, disse Bessent.

Depois de um pico de 29,10 pontos no dia 11, o Volatility Index (VIX), calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, conhecido como índice do medo, encontrava-se recuado a 22,32 pontos (-9,49%). O que não foi suficiente para abrir o apetite dos investidores em relação aos fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin e de Ethereum (ETH), que recuaram sexta-feira em respectivos líquidos de US$ 68,41 milhões e US$ 35,30 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.

O índice altseason, que afere o desempenho trimestral dos principais tokens em capitalização de mercado, encontrava-se avançado a 20 pontos em sinal de rotação de capital para as altcoins. Nesse grupo, o PI recuava a US$ 1,35 (-6,8%), o TIA retornava a US$ 3,39 (-5,2%), o BNB avançava a US$ 638,52 (+6,4%), o CRO valia US$ 0,087 (+6,4%), o OKB ascendia a US$ 48,84 (+5,9%), o AXS representava US$ 3,44 (+4,9%), o THETA se localizava em US$ 0,92 (+4,8%) e o ARB respondia por US$ 0,37 (+4,4%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o CAKE se nivelava por US$ 2,63 (+44,2%), o BNX era transferido por US$ 1,76 (+44,9%), o CHEEMS era comprado por US$ 0,0000012 (+19,9%), o VANA estava cotado a US$ 6,87 (+16,5%), o ULTIMA valia US$ 19.523,11 (+14,5%), o CARV era liquidado por US$ 0,37 (+22,8%), o MERL valia US$ 0,13 (+25,5%), o QRL era trocado por US$ 0,76 (+65%) e o LMWR se comparava a US$ 0,11 (+32,1%).

Um dos destaques era a listagem da memecoin MUBARAK, lançada através da plataforma de memecoins da BNB chain four.meme, em diversas exchanges de criptomoedas. Entre elas BitMart, Gate.io, Bybit, Kucoin, Pkemex, Poloniex, Bitrue e Bitget, onde o token era transferido por US$ 0,11 (+1,145%) com um pico de preço de 2.000% e US$ 112,2 milhões em market cap (308ª colocação).

Gráfico de 24 horas do par MUBARAK/USDT. Fonte: Bitget/TradingView

Na semana anterior, o embate de tarifas entre Trump e UE pressionava criptomoedas e dificultava reação do Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.