A exchange NegocieCoins, plataforma do Grupo Bitcoin Banco, vem enfrentando, desde o mês de maio, diversos problemas relacionados a saques em sua plataforma de negociações. Um levantamento feito pelo Cointelegraph mostrou que clientes têm aberto processos judiciais contra o GBB em diversos estados do Brasil.
No Estado de São Paulo são diversas ações, algumas delas já tiveram decisões contrárias ao Grupo no início e depois foram revertidas. No Ceará também há processos como o de número 0141140-16-2019.8.06.0001. Também há processos abertos contra o grupo por investidores do Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Sergipe, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
No Rio Grande do Sul, um processo contra a empresa acabou prejudicando até mesmo uma plataforma de pagamentos, a OPA, que teve valores bloqueados em sua conta-corrente por ser usada pelo Grupo Bitcoin Banco.
A grande maioria dos processos tem como causa o atraso que as plataformas do grupo tem apresentado para realizar saques dos usuários.
Dificuldade que persiste desde metade do mês de maio. No entanto isso não tem impedido a exchage de informar um volume de negociação de US$ 1.644.375.922, segundo dados do Coinmaketcap que inclusive tem um alerta sobre o assunto em seu portal.
"Recebemos relatos de que os depósitos e retiradas de usuários estão impedidos. Por favor, tenha cuidado com seus fundos" diz o agregador de dados sobre criptomoedas.
Entretanto, apesar do volume informado, segundo dados do WalletExplorer, os Bitcoins contidos em wallets do GBB não seriam sufientes para "cobrir" os volumes de negociação informados.
Nas redes sociais, pessoas que tem recursos 'presos' na plataforma estão vendendo "Bitcoin fortknox´s" com 90% de desconto e alguns usuários já começam a perder as esperanças de ver seus 'saques' concluídos.
Em um caso recente, compartilhado com o Cointelegraph, um usuário supostamente recebeu uma carta do GBB pedido para retirar suas criptomoedas armazenadas na plataforma pois o cliente não seria mais 'bem vindo' na NegocieCoins.
A empresa afirma que se os recursos não forem sacados em 30 dias o usuário não terá mais acesso a eles, no entanto, assim como outros usuários, sua solicitação de saque não é atendida.
Em sua defesa a empresa alega que, o problema ocorre por conta de atividades maliciosas que ocorream na plataformas do Grupo.
Valendo-se de uma brecha na plataforma das exchanges, um suposto grupo de clientes duplicou os saldos de suas contas e efetuou saques indevidos, de dinheiro que não existia, num golpe que pode alcançar os R$ 50 milhões.
Até o momento, segundo o GBB, mais de 3 milhões de registros sobre operações de compra e venda de criptomoedas foram analisados. Cerca de 19.896 transações suspeitas de fraude foram indificadas.
Como consequência da investigação, às 16h de segunda-feira (3) foram bloqueadas 2.568 contas suspeitas e os CPFs correspondentes a essas contas foram informados à Delegacia em que corre o inquérito, assim como todas as demais informações apuradas.
O GBB salienta que não nega atendimento aos usuários e que sempre tem buscado uma solução mesmo com os problemas que aferam a empresa.
"Nunca negou atendimento a seus usuários, priorizando sempre o bom relacionamento. Mesmo diante dos ataques lançados contra a plataforma, a equipe primou pela excelência no atendimento e pela resolução de conflitos. A direção do GBB também tem estado sempre à disposição para atender seus clientes e promover solução a todas as situações levantadas por aqueles que nele confiam seus investimentos. Além disso, o GBB já está atuando fortemente para solucionar a questão levada a juízo, e não medirá esforços para corrigir qualquer equívoco que eventualmente tenha sido vivido pelo cliente"
No dia 17 de junho o GBB anunciou um chat de atendimento 24h e suporte de TI “como parte das providências do GBB contra a crise deflagrada pela fraude de duplicação de saldos denunciada em maio.
De acordo com o grupo, o serviço é inédito no segmento de criptoativos brasileiro, e deve aumentar em 25% o número de contatos feitos pelas empresas do grupo com seus clientes. Aparentemente, as equipes de atendimento e de TI foram ampliadas, estão sendo treinadas e vão trabalhar em esquema de rodízio a partir de segunda-feira.
“O novo serviço deve ajudar a dar vazão à demanda diária de atendimentos, que cresceu muito nas últimas semanas, sobrecarregando os canais de contato do GBB com seus clientes.”, informou o grupo.