Empresas de aviação e países estão se negando a comprar petróleo da Venezuela já que o presidente do país, Nicolás Maduro, vem exigindo que os pagamentos sejam feitos por meio da criptomoeda Petro. Recentemente, a exigência do uso do Petro levantou preocupações sobre um 'fim' dos vôos para o país já que nenhuma companhia aérea deseja pagar pelo combustível das aeronaves usando o Petro.

Em uma recente declaração, Cipriana Ramos, ex-presidente do sindicato empresarial do Consecomercio, afirmou que todas as empresas aéreas temem um sanção por parte dos EUA caso atendam às exigências de Maduro e paguem pelo reabastecimento de suas aeronaves com o Petro.

"As companhias aéreas que precisam reabastecer na Venezuela deixarão de fazê-lo (...) ou elas continuam pagando em moedas fiduciárias como é hoje ou deixaram os aeroportos do país, pois elas não usaram essa moeda (Petro) ou seu sistema para pagar combustível", revelou Ramos.

Ainda segundo Ramos, o mesmo vem ocorrendo com empresas que realizam transporte marítimo e operações de importação e exportação pois, Maduro também indicou que todos os impostos federais devem ser pagos em Petro, colocando as empresas que comercializam com o país na mira das sanções americanas.

"Para nós, que somos uma comunidade aduaneira e portuária em Vargas (estado), a questão do pagamento pelos serviços do INEA (Instituto Nacional de Espaços Aquáticos) e dos portos bolivarianos é muito marcante, porque faz parte do comércio internacional. Como as transportadoras pagam o INEA in petro? Eu vejo isso muito difícil (...) estamos buscando soluções e consideramos descarregar as mercadorias em um porto de serviço, fora da Venezuela e depois uma outra embarcação, que não teme as sanções ou não está sujeita a elas, faça o transporte até o país e proceda com os demais trâmites burocráticos", disse.

Para tentar conter uma possível crise e um possível isolamento, autoridades do INEA e a Superintendência Nacional de Criptomoedas e Atividades Relacionadas (Sunacrip) realizaram uma primeira reunião com representantes de agências de navegação para esclarecer detalhes sobre o Petro e sobre seu uso no setor mas não ficou claro como e nem quando deverá ocorrer a 'adoção' em massa do Petro para os pagamentos nesta indústria.

Recentemente o Cointelegraph noticiou que durante a XX Reunião da Comissão Intergovernamental do Acordo de Cooperação Integral Cuba-Venezuela, foi acordado que a Venezuela pagará seu parceiro comercial insular do Caribe com a criptomoeda estatal venezuelana Petro (PTR).

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