Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) se juntaram à empresa de análise de Blockchain Elliptic para publicar um estudo sobre transações de Bitcoin associadas à atividades ilícitas.
O estudo do grupo detalhou como os pesquisadores do MIT-IBM Watson AI Lab usaram machine learning software para categorizar 203.769 transações de Bitcoin no valor de aproximadamente US$ 6 bilhões no total.
A pesquisa explorou se a inteligência artificial poderia ajudar nos procedimentos atuais contra lavagem de dinheiro (AML).
A técnica de machine learning é uma nova ferramenta utilizada por empresas de análise de dados que faz com que o software utilize os dados coletados para se auto aprimorar, sem precisar da intervenção humana.
Os resultados mostram que apenas 2% das 200.000 transações de Bitcoins analisadas no conjunto de dados foram consideradas ilícitas. Enquanto 21% foram identificadas como totalmente legais, a grande maioria das transações, cerca de 77%, permaneceu não classificada.
"A principal conclusão é que as técnicas de machine learning são muito eficazes para encontrar transações ilícitas", afirmou o co-fundador da Elliptic, Tom Robinson.
O software é capaz de encontrar padrões que seriam difíceis de serem encontrados com o uso de técnicas tradicionais. A técnica faz o cruzamento de dados de entidades conhecidas com dados pré-existentes de mercados da darknet, ataques de ransomware e outras investigações criminais.
Após o estudo acadêmico, a Elliptic divulgou o mesmo conjunto de dados para incentivar contribuições de código aberto.
"Também esperamos que o lançamento do Elliptic Data Set inspire outras pessoas a se unirem ao esforço de ajudar a tornar nossos sistemas financeiros mais seguros, desenvolvendo novas técnicas e modelos para AML", disse Mark Weber, pesquisador do MIT.
O valor de 2% de transações ilícitas na rede Bitcoin encontrado pela Elliptic é o dobro do valor encontrado pela empresa concorrente em análise de blockchain Chainalysis. Conforme reportado pelo Cointelegraph, a empresa estimou que apenas 1% das transações de Bitcoin em 2019 eram associadas à atividade ilícita.