O Governo de Minas Gerais deu um passo importante na modernização do Sistema Único de Saúde (SUS) com o lançamento do primeiro prontuário unificado baseado em tecnologia blockchain no Brasil.
O projeto, denominado Rede Mineira de Dados em Saúde (RDS-MG), será oficialmente apresentado no Fórum de Cidades Digitais e Inteligentes do Sul de Minas. Essa iniciativa visa centralizar e rastrear o histórico de atendimento dos pacientes no SUS de forma segura e acessível.
"A blockchain, tecnologia conhecida pela sua imutabilidade e capacidade de registrar informações em tempo real, oferece uma camada extra de proteção contra fraudes e violações de dados. Além disso, o prontuário digital unificado permitirá que médicos e profissionais de saúde tenham acesso integral às informações de saúde dos pacientes, melhorando a continuidade do atendimento em todo o estado", declarou o governo
Blockchain e IA a serviço da saúde
O diferencial do projeto RDS-MG está na combinação da blockchain com a inteligência artificial (IA). Essa integração permite a criação de dashboards de monitoramento, que analisam dados dos pacientes em tempo real.
Segundo Lucas Mendes, Subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Minas Gerais, a IA será uma ferramenta crucial para detectar riscos precoces, especialmente em pacientes com doenças crônicas, possibilitando ações preventivas e mais assertivas no tratamento.
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Mendes ainda destacou que a tecnologia pode "melhorar a eficiência do sistema de saúde, reduzindo erros e facilitando a continuidade dos cuidados", o que promete revolucionar o acesso aos serviços públicos de saúde.
Com essa abordagem, Minas Gerais se posiciona como pioneira na adoção de soluções tecnológicas inovadoras no SUS, colocando o estado na vanguarda da transformação digital na área da saúde.
Atualmente o Ministério da Saúde já conta com uma rede própria construída em blockchain chamada Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS), construída com o Hyperledger Fabric.
A RNDS atualmente registra uma série de dados dos pacientes brasileiros em blockchain, entre eles, os testes de Covid-19, exames diversos e inclusive a vacinação contra o coronavírus. O RNDS usa um conjunto de tecnologias e não apenas blockchain e a proposta do Ministério da Saúde é expandir este 'big data' com todas as informações médicas dos usuários do SUS, 100% em blockchain e permitindo o compartilhamento destes dados por um sistema de APIs.
Segundo informações compartilhadas com o Cointelegraph o objetivo principal do uso de blockchain seria garantir a integridade dos dados e habilitar o SUS nas regras da Lei Geral de Proteção de Dados, LGPD.
Informações do próprio Ministério da Saúde revelam que em 2017, somente 29% das unidades de saúde no Brasil que usavam a Internet, tinham uma política de segurança da informação estabelecida, sendo 36% delas fornecedores de assistência médica particular e 20% pública.
Além da segurança das informações, o Ministério da Saúde está de olho na governança dos dados avaliando que ela deve ser intensificada para o inteiro sistema de saúde, inclusive para o ramo privado.