Enquanto alguns apostam que metaverso foi só um hype que não prosperou e em poucos anos sequer será lembrado, em função da recente diminuição do interesse público pelo tema, um executivo que vivenciou o surgimento da internet como vice presidente de comunicações da MTV garante que estes novos ambientes virtuais emergentes "vieram para ficar".

Em um texto publicado no site Fast Company, Mark Pasetsky afirma que o debate que divide os crentes e os descrentes de que o metaverso vai revolucionar a forma como seres humanos se comunicam e interagem socialmente é o mesmo que separava aqueles que acreditavam no potencial disruptivo da internet e aqueles que o caracterizavam como uma moda passageira. Afinal, nos tempos da conexão discada, pareceia pouco crível que as pessoas preferissem passar a maior parte de seus dias interagindo eletronicamente através de uma tela do que "vivendo a vida realmente".

O mesmo poderia ser dito agora sobre o metaverso. "Não posso deixar de sentir que já vi tudo isso antes", escreve Pasetsky ao relembrar aqueles anos que "combinaram excitação e oportunidade com confusão e frenesi".

Seria exatamente isso que estamos experimentando agora no que diz respeito ao surgimento dos primeiros projetos de ambientes virtuais imersivos nos quais nossos avatares digitais se tornarão complementares à nossa experiência física.

Tamanha mudança de paradigma, agora como antes, é repleta de desafios e oportunidades, mas também pode vir acompanhada de expectativas frustradas e um desejo de negação. Vislumbrando uma transição mais tranquila para os tempos que virão, o ex-executivo da MTV compartilha cinco lições aprendidas há pouco mais de 20 anos quando foi obrigado a se adaptar a formas de comunicação até então inéditas.

1. O metaverso não vai deixar de existir

Nos primeiros anos da internet, quando a tecnologia ainda era rudimentar e pouco atrativa para o usuário final, muitas pessoas preferiram virar as costas para o potencial subjacente a uma rede mundial capaz de interconectar o mundo inteiro.

Eventualmente, mesmo aqueles que resistiram no ínício acabaram tendo que "pegar o bonde andando". Obviamente a adaptação foi mais difícil, e as oportunidades menores, como lembrou Pasetsky:

"Os poucos que não conseguiram ver a onda de mudanças chegando e renegaram a internet fizeram suas carreiras retroceder em anos, se não indefinidamente. Enquanto uma presença digital é fundamental nos dias de hoje, o mesmo parece ser verdade para o metaverso amanhã."

2. Comece a aprender sobre o metaverso hoje

Se o metaverso veio para ficar, atualizar-se ao seu respeito é imperativo. Embora já existam diversas empresas criptonativas trabalhando na criação de NFTs e no desenvolvimento de experiências virtuais inovadoras, muitas empresas – e até indústrias inteiras – ainda ignoram o metaverso.

Seja você o CEO de uma marca da Fortune 500, um funcionário de uma startup ou simplesmente não quer tornar-se uma pessoa obsoleta, é preciso entender o metaverso – o que é, como funciona e como as pessoas estão se envolvendo com ele.

Embarque no metaverso como uma experiência de aprendizagem. Há informação abundante, destaca Pasetsky, citando o próprio Cointelegraph como uma das fontes recomendadas para acompanhar com detalhes as inovações da indústria de criptomoedas e as últimas tendências do mercado de NFTs.

3. Comece vagarosamente

Mesmo que você se considere pronto para se engajar no metaverso, a verdade é que estes ambientes virtuais emergentes ainda estão em construção. Assim como nos primeiros dias da internet, existem diferentes possibilidades.

Por exemplo, não há um único metaverso, mas sim várias plataformas diferentes, incluindo Decentraland (MANA) e The Sandbox (SAND), que incorporam os princípios de descentralização e compartilhamento de valor próprios às criptomoedas, e plataformas centralizadas, como o Roblox. É preciso saber onde você está pisando, pois as pegadas virtuais de nossos avatares podem ser difíceis de serem apagadas.

Pense no longo prazo, visualizando de que forma você pretende se posicionar neste novo mundo digital e de que forma você pode explorá-lo em benefício própiro ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento de novas comunidades virtuais.

4. Não trate o metaverso como um mundo apartado da realidade

Não pense que por se tratar de um ambiente imaterial o metaverso pode ser separado totalmente da realidade, escreve Pasetsky:

"Assim como a internet, o metaverso, AR, VR e NFTs acabarão permeando todos os aspectos de nossa vida social."

 

Sua reputação digital será o seu bem mais valioso no metaverso - e ela terá consequências diretas sobre sua vida em um contexto mais amplo.

5. Embarque sem medo no metaverso

Pasetsky relembra uma reunião em que foi perguntado por um cliente se conhecia o site da sua empresa. Naquele tempo, navegar na internet era uma atividade totalmente dissociada do trabalho e até mesmo do lazer, então ele sequer tinha se dado ao trabalho de investigar a faceta digital do seu interlocutor. Foi aí, diz ele, que compreendeu que todos os negócios teriam que passar a ter uma versão digital para sobreviver na nova era que se iniciava.

Não é possível opinar, escrever, ou aproveitar possíveis benefícios do metaverso sem ter tido alguma experiência pessoal em alguma plataforma destes novos espaços virtuais. Arrume um headset, crie uma carteira digital que sirva de passaporte para dApps descentralizados, compre um NFT, crie seu avatar e crie a sua própria experiência. Assim, você sairá na frente da grande maioria da humanidade neste novo estágio de experiência híbrida entre o real e o virtual, afirma Pasetsky.

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