Em meio a expectativas positivas para o mercado de criptoativos, a exchange Mercado Bitcoin (MB) anunciou, durante uma entrevista a Reuterso lançamento de um cartão em parceria com a Mastercard. Embora não tenha divulgado uma data específica, o cartão deve ser lançado ainda no primeiro semestre do ano.

Além disso, a empresa revela planos ambiciosos de emissão de R$ 1 bilhão em tokens RWA (Real World Assets) em 2024 e a possível aquisição de uma corretora de valores mobiliários, para diversificar ainda mais suas atividades de investimento.

A estratégia com tokens RWA, cartões e aquisição de uma corretora, faz parte de um plano do MB para diversificar os negócios do grupo que possui R$ 3,5 bilhões sob custódia, buscando reduzindo a dependência das operações com criptomoedas que hoje já respondem por menos de 50% da receita da empresa.

Além do cartão, o MB está buscando novas licenças, incluindo a de Sociedade de Crédito Direto (SCD) e Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). Dagnoni mencionou a possibilidade de obtenção por meio de aquisição, sem entrar em detalhes.

A empresa também planeja expandir sua atuação como plataforma de captação para startups, vislumbrando um momento de inflexão nos investimentos de venture capital. A tokenização de ativos do mundo real usando blockchain (RWA) é outra aposta, com uma meta ambiciosa de atingir R$ 1 bilhão em 2024, conforme afirmou Dagnoni.

Nada de IPO

Roberto Dagnoni, presidente-executivo da 2TM, controladora do MB, destacou durante a entrevista que a plataforma está pronta para um IPO, mas a decisão aguarda um cenário mais propício no setor de criptoativos. Dagnoni também afirmou que a realização do IPO faz sentido apenas em um "bull market" semelhante ao de 2021, quando o Bitcoin atingiu sua máxima histórica de US$ 69 mil.

A empresa havia planejado um IPO em 2021, mas optou por uma captação privada de US$ 200 milhões do SoftBank Latin America Fund. Reinaldo Rabelo, presidente-executivo do MB, ressaltou que, atualmente, não há urgência para o IPO, pois alcançaram um equilíbrio financeiro sólido.

Os executivos elogiaram a postura proativa do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em relação à regulamentação do mercado de ativos virtuais no Brasil. Destacaram a mudança de "mindset" e a consulta pública recente para desenvolver o Marco Legal dos Ativos Virtuais.

Quanto à moeda digital brasileira, Dagnoni e Rabelo apoiam o Drex, destacando a visão do Banco Central em criar uma solução específica que aproveite os benefícios do blockchain. Eles acreditam que o Drex poderá alcançar o público institucional em 2025 e o varejo em 2026.