Justin Sun, fundador do Tron (TRX), prometeu publicamente doar US$ 1 milhão aos esforços da jovem ativista sueca, Great Thunberg, para aumentar a conscientização global sobre a crise climática.

Respondendo aos resultados insatisfatórios da conferência climática da COP25 da ONU na semana passada em Madri, Sun twittou em 18 de dezembro:

“Como jovem empreendedor, compartilho a paixão da @GretaThunberg em mudar o mundo. A criptomoeda contribuirá imensamente na redução da pegada de carbono ao implementar processos descentralizados. Gostaria de me comprometer pessoalmente a doar US$ 1 milhão para a iniciativa da @GretaThunberg. #cop25"

COP25 termina em impasse

A recente reunião climática da ONU estabeleceu o recorde das negociações climáticas multilaterais mais longas de todos os tempos, mas terminaram em impasse sobre questões chave, como estabelecer regras para um novo mercado global de comércio de carbono e adotar novas e mais ambiciosas metas de redução de emissões.

Um relatório do Financial Times denunciou uma queda na "briga aberta" nas últimas horas das negociações, apontando contribuições sem brilho dos Estados Unidos e da China. Os signatários do eventual "acordo de compromisso" levantaram ainda mais acusações sobre Austrália e o Brasil, por suas supostas tentativas de impedir o progresso da negociação.

Em um tweet publicado em 15 de dezembro, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, twittou que estava “desapontado com os resultados da #COP25”:

"A comunidade internacional perdeu uma importante oportunidade de mostrar maior ambição em mitigação, adaptação e financiamento para enfrentar a crise climática."

Alguns céticos contra Greta

No Twitter, a promessa de Sun de apoiar Greta foi recebida com uma ambivalência acentuada, com alguns usuários rotulando a ativista como "garota propaganda" ou "fantoche" da causa climática, que "não merece menção no mundo da criptomoeda."

Além de Greta, as motivações pessoais de Sun também foram recebidas com sarcasmo e cinismo, com um usuário o acusando de tentar "entrar na monetização de créditos compulsórios de carbono" e vários encarando a promessa como uma manobra para bombar o valor do token Tron.

Criptomoeda para a crise climática

Como o Cointelegraph relatou, novas iniciativas para aproveitar a blockchain para o mercado emergente de comércio de carbono já estão em andamento, incluindo a plataforma global de comércio de créditos de carbono tokenizado, lançada pela AirCarbon em outubro.

Enquanto isso, o liberal Partido Democrata Livre na Alemanha defendeu o uso da criptomoeda como um incentivo para recompensar a proteção climática ativa, criando um token dedicado, que seria valorizado por seu resgate garantido de certificados de emissão de carbono.

O debate sobre o Bitcoin

Embora o algoritmo de computação intensiva e o alto consumo de energia do Bitcoin tenham atraído críticas de ativistas climáticos, pesquisas recentes desafiaram a percepção de que a mineração da moeda é irreconciliável com o enfrentamento das mudanças climáticas.

Em junho, um estudo constatou que 74,1% da mineração de Bitcoin é alimentada por fontes renováveis. Outros especialistas em energia já haviam argumentado a favor de mudar o debate do consumo de energia, para onde essa energia é produzida e quão sustentável é sua geração.