O JPMorgan Chase está supostamente avaliando oferecer empréstimos lastreados em criptoativos, sinalizando uma possível mudança de postura dos bancos dos EUA em relação às criptomoedas.

O Financial Times noticiou nesta terça-feira (23), citando fontes não identificadas, que o JPMorgan pode começar a emprestar diretamente contra ativos como Bitcoin (BTC) e Ether (ETH).

Segundo a publicação, isso poderia ocorrer até 2026, embora os planos ainda estejam sujeitos a alterações.

A reportagem vem após sinais recentes de que o JPMorgan também está interessado em stablecoins. Durante a divulgação de resultados trimestrais em 15 de julho, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou que o banco planeja se envolver com stablecoins. Segundo ele, a instituição quer participar desse mercado para “entendê-lo” e “ser boa nisso”.

As declarações ocorreram pouco depois de a concorrente Citigroup anunciar que pretende entrar na corrida das stablecoins. Em uma conferência pós-resultados, a CEO do Citigroup, Jane Fraser, disse que o banco está considerando lançar uma stablecoin própria para pagamentos.

O Cointelegraph procurou o JPMorgan para comentar, mas não obteve resposta até o momento da publicação.

CEO do JPMorgan suaviza postura sobre cripto

Nos últimos anos, Dimon foi um dos maiores críticos das criptomoedas. Em 2017, ele chamou o Bitcoin de “fraude” durante uma reunião da empresa, dizendo que demitiria qualquer funcionário que estivesse negociando BTC pelas contas da companhia.

Em 2018, voltou a criticar o setor em um evento, chamando os criptoativos de “golpe” e dizendo que não tinha interesse algum.

Já em 2022, reiterou seu ceticismo ao chamar os ativos digitais de “esquemas Ponzi descentralizados”. Apesar disso, elogiou a tecnologia blockchain, o DeFi, os contratos inteligentes e os “tokens que têm alguma utilidade”.

De acordo com o Financial Times, uma das fontes afirmou que os comentários anteriores de Dimon afastaram potenciais clientes, especialmente aqueles que enriqueceram com cripto ou que são investidores de longo prazo na classe de ativos.

Nos últimos meses, porém, Dimon passou a suavizar seu discurso sobre o Bitcoin, dizendo que defenderia o direito das pessoas de comprá-lo.

Em 19 de maio, Dimon afirmou que o JPMorgan permitirá que seus clientes comprem BTC, embora a empresa não ofereça custódia do ativo.

“Não acho que você deva fumar, mas defendo seu direito de fumar. Da mesma forma, defendo seu direito de comprar Bitcoin”, disse o CEO.