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Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Santander, Bradesco, Nubank, Inter, todos estarão no metaverso, diz especialista

Não importa se é um banco 100% digital como Nubank e Inter ou se é tradicional como Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Santander ou Bradesco, em breve, segundo um estudo da consultoria Capco, todos estarão no metaverso

Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Santander, Bradesco, Nubank, Inter, todos estarão no metaverso, diz especialista
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Não importa se é um banco 100% digital como Nubank e Inter ou se é tradicional como Itaú, Banco do Brasil, Caixa, Santander ou Bradesco, em breve, segundo um estudo da consultoria Capco, todos estarão no metaverso.

O estudo intitulado: Metaverse: Beyond the Hype Cycle” (em tradução livre “Metaverso: Além do Ciclo da Moda", descreve como os bancos foram moldado a relação com seus clientes ao longo dos anos pautado na revolução tecnológica.

Desta forma, aponta que no começo dos bancos a interação entre clientes e as instituições financeiras eram presenciais. Depois, vieram os atendimentos por telefone, caixas eletrônicos, canais digitais e, na pandemia, as plataformas de reuniões online. O próximo passo desse movimento poderá ser o atendimento no metaverso.

De acorco com o estudo, no metaverso, a opção de interação dos clientes com os bancos serão várias, como tirar dúvidas de clientes sobre produtos e criar uma “praça” em que clientes discutam opções de investimentos e o banco ou seguradora tenha assessores ou avatares baseados em inteligência artificial acompanhando, conversando e ajudando na avaliação das opções disponíveis.

“Estamos em um ponto de inflexão em que as diversas tecnologias que compõem o metaverso estão prestes a desencadear uma mudança transformacional em nosso mundo digital. Embora diversos aspectos das tecnologias precisem ser refinados, muitas soluções já estão prontas e devem ser exploradas para tornar as organizações mais produtivas e mais atraentes para os clientes que estão adotando o metaverso”, afirma Aline Lemos, consultora sênior do Laboratório de Inovação da Capco Brasil.

Ainda segundo o estudo, além das novas possibilidades de interação e de um relacionamento mais próximo entre as instituições financeiras e os clientes, o metaverso permitirá também a criação de produtos, como os ativos digitais que representam ativos reais. E isso já logo no começo do uso desse novo espaço.

“Após todo o hype em torno do lançamento do metaverso pela Meta (ex-Facebook), é importante revisar o que é esse espaço, por que é atraente, o que ainda é necessário para ir para o mainstream e o que isso significa para as finanças e os seguros”, comenta Aline Lemos. “Empresas e consumidores já estão atentos esperando as novidades e soluções prometidas”, completa.

Bancos no metaverso

O estudo da Capco lembra que o conceito não é novo. Basicamente, o metaverso é definido como um universo que transcende o nosso (na língua grega, ‘meta’ significa além, acima ou transcendendo). Pode utilizar, por exemplo, Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA), proporcionando novas experiências e interações.

Além disso o estudo aponta que o metaverso pode também incluir tecnologia 3D para criar imóveis virtuais e blockchain para representá-los em tokens não fungíveis (NFTs). A soma dessas tecnologias torna o metaverso um espaço para atividades que vão de jogos a atividades como estudos, trabalho e investimentos.

"A Realidade Virtual, aliás, é o que difere o metaverso atual de outros mundos virtuais que surgiram, como o Second Life. Lançado em 2003, também tinha recursos como avatares, construção de conteúdo e moeda própria. Porém, faltava um recurso imersivo usando hardware de Realidade Virtual”, explica Lemos.

O estudo destaca também que apesar das tecnologias que compõem o metaverso terem evoluído a ponto de bancos e seguradoras não poderem mais ignorá-las, é preciso iniciar essa jornada de forma planejada e internamente. Assim, as instituições financeiras poderão usar a riqueza de parâmetros das experiências existentes para o uso nos negócios de forma efetiva.

Portanto, o estudo destaca que o processo deve começar com um grupo de funcionários que serão os “early adopters”, com atividades como reuniões em RV para avaliarem o que funciona e o que deve ser evitado. Isso inclui aspectos como a aparência do avatar (tipo facial, representação da mão), movimento em RV, áudio espacial e traduções em tempo real", afirma.

“Para entender o metaverso e a realidade virtual é preciso colocar um equipamento com esse propósito e experimentar por si mesmo. No começo, é importante convencer seus stakeholders de que a tecnologia está evoluindo para algo que melhora a interação e a produtividade”, destaca Aline.

Metaverso parte 1

O estudo afirma que depois que o time de ‘early adopters’ estiver familiarizado com o metaverso, é possível testar outras atividades. Uma delas pode ser conectar os óculos de RV ao desktop e gerar mais de um monitor na realidade virtual. Assim, se estende a área de trabalho do funcionário para além de sua sala ou mesa. É possível também fazer treinamento em RV, o que tem se mostrado mais eficiente do que em outros tipos de computadores ou treinamento em sala de aula, por exemplo.

À medida que as pessoas aprendem a usar a realidade virtual, a tecnologia se posiciona de forma única para simular o ‘fazendo’. Quando a familiaridade crescer na organização, aí então pode-se envolver os clientes.

“É preciso garantir um ambiente confortável para embarcá-los nesse espaço e as instituições financeiras têm um papel crucial nessa jornada”, afirma a executiva da Capco.

A Capo destaca que a facilitação do embarque pode se dar oferecendo os óculos, já que a falta de acessórios é uma barreira para que experimentem o metaverso. Será também uma oportunidade para oferecer um benefício a esse cliente, indica o estudo.

"As equipes de marketing, portanto, terão um papel importante para criar ações nesse sentido. Conferências com investidores, agência nesse espaço e a simulação de acidentes ou desastres climáticos para testar seguros podem ajudar na adoção dele", destaca.

Ainda de acordo com o estudo da Capco, conforme o novo espaço é explorado e entendido, dará ainda à organização a chance de entender melhor os ativos digitais que existem no metaverso, gerando ideias sobre a criação de produtos para atender às demandas dos clientes.

“O que tudo isso significa é que as instituições financeiras passarão a ter um conhecimento de metaverso e de suas tecnologias num nível que não apenas vão transformar a experiência do consumidor e o relacionamento desse com o banco e a seguradora. Mas vão também criar novas vias de negócios, novas receitas e tudo em meio a um ambiente que tornará as empresas mais produtivas e eficientes”, finaliza Aline Lemos.

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