Alex Tapscott, coautor do livro "Blockchain Revolution" e cofundador do Blockchain Research Institute (BRI), anunciou que o instituto irá publicar um novo relatório no fim de 2019 que oferecerá uma visão futurista do mundo das criptomoedas em 2030.

Alex é mais conhecido por sua expertise em blockchain, mas o especialista mudou seu foco da tecnologia blockchain em geral para focar principalmente no Bitcoin.

O relatório especula que os EUA e a China terão suas próprias criptomoedas até 2030, o Bitcoin será considerado como o novo ouro e as criptomoedas corporativas serão amplamente utilizadas, desestabilizando governos menores que perderão seu poder para as federações corporativas.

"Os bancos, conglomerados digitais como o Bitcoin, o Facebook e, é claro, os governos estão todos indo inexoravelmente para uma colisão de proporções históricas", explicou Tapscott em entrevista à Bitcoin Magazine.

"O impacto será cataclísmico. Aperte o cinto."

Tapscott ficou impressionado com as recentes audiências no Congresso dos EUA e do Banco do Senado sobre criptomoedas:

“[Durante as audiências] o congressista da Carolina do Norte, Patrick McHenry, disse: 'O mundo que Satoshi Nakamoto, autor do white paper do Bitcoin, imaginou é uma força imparável. Não devemos tentar impedir essa inovação, aqueles que tentaram já fracassaram.' Ele está certo. Para aqueles que estão nessa indústria desde os primeiros dias, essa é uma admissão notável e demonstra a rapidez com que as coisas evoluíram. Congratulamo-nos com a posição de que esta é uma inovação que vale a pena promover.”

Tapscott afirmou que o Bitcoin vai continuar a ser o principal ativo de criptomoedas. O fundador do BRI acredita que o Bitcoin tornou possível fazer pelos ativos o que a internet fez pelos setores de informação.

Apesar de seu interesse na tecnologia blockchain em geral e da crença de que os maiores governos do mundo irão operar em breve suas próprias moedas digitais, Tapscott enfatiza que tudo começou com o Bitcoin.

"Bitcoin é a mãe de todas as criptomoedas. O Bitcoin é único como uma criptomoeda - é uma ordem de grandeza maior do que qualquer outra e provou ser uma boa reserva de valor. Também demonstrou grande resiliência e anti-fragilidade, fortalecendo-se a cada ataque", disse, antes de continuar:

"A recente volatilidade e instabilidade nos mercados monetários globais expuseram o valor do Bitcoin a um público de investidores muito mais amplo. O domínio de Bitcoin está atualmente em torno de 70%. Isso deve dizer-lhe como o mercado se sente em relação ao seu valor agora e no longo prazo”.

Tapscott acredita que a introdução da nova moeda digital do Facebook, a libra, marcou um momento decisivo e, na sua opinião, poderia ser o melhor caminho para trazer bilhões de usuários para o setor financeiro digital.

Nos próximos meses e anos, Tapscott acha provável que muitas grandes empresas de tecnologia lançarão suas próprias criptomoedas.

Em uma entrevista para seu próximo relatório do Blockchain Research Institute, Cameron e Tyler Winklevoss, co-fundadores da Gemini, disseram a ele que esperam dentro de 24 meses que todos os FANGs (Facebook, Amazon, Netflix e Google) tenham sua própria criptomoeda.

Tapscott também acredita que a maioria das altcoins não sobreviverão no longo prazo. Para ele, este mercado tem muitos projetos que estão na fase de experimento ainda. Apesar disso, ele enfatizou que pelo menos uma altcoin causará um impacto duradouro no mesmo nível que o bitcoin:

"Eu acredito que o Ethereum está aqui para ficar. Muitas das idéias e projetos mais inovadores do DeFi (finanças descentralizadas) estão sendo implementadas no Ethereum. Eles têm uma comunidade grande, criativa e motivada. A Ethereum hoje é a plataforma dominante da DeFi e acho que pode preservar essa liderança."

Apesar de Tapscott acreditar que o Ethereum vai preservar sua liderança nesta indústria, conforme reportado pelo Cointelegraph, a dominância do Ether no mercado de criptomoedas caiu para o valor mais baixo dos últimos dois anos e meio.