O Ethereum Improvement Proposals (EIP-1559) é uma proposta para alterar o mecanismo de cobrança usado para validar transações na blockchain Ethereum. O modelo atual funciona da mesma maneira que o Bitcoin, pagando uma taxa que incentiva os mineradores a validar uma transação. Quanto maior a taxa, mais rápido a transação é validada.

O EIP-1559 portanto, se propõe a modificar o modelo para implementar um parâmetro específico para a taxa básica calculada pelo protocolo. Para cada transação concluída, uma parte das taxas deve ser distribuída aos mineradores, os outros 50%, a chamada “taxa de espaço”, devem ser queimados.

Isso daria à rede Ethereum um “mecanismo deflacionário” que poderia ter um impacto positivo de longo prazo no preço do Ether (ETH). Quanto mais a rede é usada, mais ETH seria queimado. Especialistas do setor, como Ari Paul, CEO da BlockTower e Ryan Watkins analista da MessariCrypto, observam que a proposta beneficiaria todos os investidores e não apenas as baleias da ETH. Pois tornaria o Ether finalmente escasso conforme o roadmap de atualizações da rede Ethereum seguir seu percurso de atualização previstas no whitepaper do projeto.

 

imagem: Ryan Watkins

Para Ryan Watkins o EIP-1559 é essencial para enfim, se implementar uma política deflacionária sobre o protocolo e seu token, o Ether. Visto que hoje não há um limite monetário para o token. Através da mineração intensiva é possível minerar Ether infinitamente. 
 

O EIP e Bomba de Dificuldade

Em suma o EIP 1559 se propõe a combater uma ‘trapaça’ praticada pelos mineradores. Estes descobriram que podiam minerar blocos com o carimbo de data/hora exatamente um segundo acima do bloco anterior (o bloco pai), tendo o efeito de obter uma dificuldade maior do que outros blocos que poderiam ser resolvidos, dando primazia à sua solução sobre outros blocos, como explica Tim Cotten, da Cotten.io.

Para conter essa atitude dos mineradores é preconizado no whitepaper do Ethereum, um recurso chamado “Bomba de Dificuldade”, um mecanismo que auto-ajusta a dificuldade de mineração.

A bomba de dificuldades é um mecanismo para aumentar gradualmente a dificuldade de criação de novos blocos e é um passo no roteiro para a mudança do Ethereum para um algoritmo de consenso de proof-of-stake - prova de participação.

De acordo com o gráfico abaixo, podemos ter uma ideia sobre cada atualização e hard fork que a rede Ethereum foi submetida. As linhas pretas, representam os hard forks, enquanto as vermelhas representam as bombas de dificuldades.

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Imagem: TokenAnalyst

 A proposta por trás da Bomba de Dificuldade é aumentar gradualmente a dificuldade de mineração em um determinado número de blocos com o objetivo de simplesmente tornar muito difícil para alguém encontrar um bloco. Isso incentiva a mudança de PoW (Proof of Work) para PoS (Proof of Stake).

O impacto da Bomba de Dificuldade foi sentido à medida que a contagem diária de blocos diminuiu a partir de meados de 2017. Isso, no entanto, não impediu os mineradores de lucrarem, apesar da mineração dos blocos entrar em declínio e ao mesmo tempo, haver uma crescimento do hashrate. Diante desse cenário a mineração manteve-se lucrativa devido ao aumento parabólico no preço do Ether.

 

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Imagem: TokenAnalyst

 Após a atualização Byzantium (outro hard fork) no final de 2017, o hashrate disparou quando os preços do ETH atingiram um ATH (a maior alta de todos os tempos); mantendo essas altas de hashrate até o final de 2018.

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Imagem: TokenAnalyst

 Desde o Bizâncio, a maioria dos hard forks adiou a Bomba de Dificuldade para um bloco futuro. Com a chegada do ETH 2.0 a Bomba de Dificuldade finalmente, espera-se, seja implementada.

 

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