Arthur Hayes, ex-CEO da gigante de derivativos de criptomoedas BitMEX, acredita que o próximo ciclo de alta das criptomoedas começará quando a China voltar ao mercado, e Hong Kong tem um papel vital a desempenhar nesse processo.

Em uma postagem publicada em seu blog pessoal em 26 de outubro intitulada “Retorno”, Hayes explicou por que acha que o anúncio de que o governo de Hong Kong pretende introduzir um projeto de lei para regular as criptomoedas é um sinal de que a China está tentando facilitar seu caminho de volta ao mercado. Isso porque, segundo ele, Hong Kong atua como “o laboratório através do qual a China interage com o mundo”:

“Quando a China abraçar as criptomoedas, o mercado altista voltará. Será um processo lento, mas os brotos vermelhos estão brotando.”

Hayes argumentou que Hong Kong pode se tornar o campo de testes para Pequim testar o potencial do mercado de criptomoedas e atuar como um hub para o capital chinês encontrar espaço nos mercados globais:

“Se esses fluxos realmente se materializarem da maneira que imagino, eles serão um forte pilar de sustentação do próximo mercado altista.”

De acordo com Hayes, o “reposicionamento de Hong Kong como um local pró-cripto” é parte de uma estratégia de Pequim para rever sua posição de uma maneira que não vá desestabilizar seu sistema financeiro interno.

Hong Kong foi classificado como o país mais bem preparado para ampla adoção de criptomoedas em um estudo da Forex Suggest publicado em julho de 2022, considerando vários fatores, como instalações de caixas eletrônicos de criptomoedas, regulamentos pró-cripto e uma cultura de startups vibrante.

A China tem uma das maiores economias do mundo, mas tem sido hostil em relação à indústria de criptomoedas. A primeira restrição ao setor ocorreu em 2013, quando o governo proibiu os bancos de lidar com transações de Bitcoin (BTC).

Pequim intensificou suas políticas de repressão às criptomoedas em 2021, quando implementou vários atos regulatórias para erradicar a mineração de Bitcoin do país e considerou todas as transações de criptomoedas ilegais.

No entanto, Hayes diz: “A China não abandonou as criptomoedas – apenas está adormecida”.

A China retomou as operações de mineração de BTC em setembro de 2022. A Chainalysis observou em seu mais recente relatório, Índice Global de Adoção de Criptomoedas de 2022, que a China voltou a entrar no top dez este ano depois de ficar em 13º em 2021.

Os autores do estudo disseram ter achado o dado "especialmente interessante" dada a repressão do governo chinês às criptomoedas. De acordo com a Chainalysis, "a proibição foi ineficaz ou pouco aplicada."

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