Uma suposta dívida envolvendo um carro de luxo e Bitcoin colocou duas famílias em uma batalha judicial na cidade de Tupã, no interior paulista.
De um lado, pai e filho - este, um investidor do mercado de criptomoedas - alegam ter dado um veículo Land Rover como pagamento por investimento em Bitcoin, não terem recebido os ativos e nem o veículo de volta. Agora, cobram R$90.000 dos supostos devedores.
A família - um mulher, seu marido e sua filha, todos de outra família - por sua vez, não reconhece a dívida e foi à Justiça pedir que não sejam mais importunados com a cobrança do débito.
Confusão em família por dívida com criptomoedas
A ação judicial em questão pede também danos morais por cobrança indevida.
Os autos do processo indicam que a família está sendo cobrada por uma dívida relacionada à venda do automóvel, que teria sido dado como pagamento para realizar entrada em um negócio com Bitcoin.
Segundo o requerido, o dinheiro da venda do veículo do filho deveria ser transformado em criptomoedas como o Bitcoin. O processo não cita como funcionava o empresa, mas diz que, segundo pai e filho, o veículo foi repassado para o “Sr. Eduardo”.
O homem aparece como marido e pai de duas mulheres que estão entre os proponentes da ação apresentada na Justiça paulista.
Eles pedem que não sejam mais cobrados pelo valor da venda do carro que pertencia a Yuri, mas o investidor diz que “não teria recebido o valor correspondente em criptomoedas”, como teria sido acordado.
Vendeu carro para investir em Bitcoin
Para Yuri e seus familiares, o Land Rover deveria ter sido transformado em Bitcoin.
Contudo, a família de Eduardo contesta essa negociação e afirma que o carro foi repassado por uma terceira pessoa, citada na ação judicial como sendo Adimarcio Martins.
O veículo, que estava em posse de outra pessoa, foi “usado como forma de pagamento”. Ou seja, “o veículo já foi vendido”. Essa afirmação provocou uma grande confusão no caso.
Também não existem provas de investimento através de contratos ou trocas de mensagens, como e-mails, por exemplo. Dessa forma, a Justiça não conseguiu analisar o caso em caráter de urgência.
Ao mesmo tempo, a decisão também indeferiu o pedido dos proponentes para que nenhum pedido de pagamento fosse realizado pela família que alega ter valores a receber.
Sendo assim, o pai do investidor não está impedido de cobrar a dívida do filho em vários meios, como “telefone, e-mail, carta, mensagem, telegrama ou por qualquer outro aqui não identificado”.
A família supostamente devedora pediu que uma multa fosse aplicada em caso de descumprimento da proibição que acabou vetada.
Como o pedido foi indeferido, a cobrança de criptomoedas ainda será analisada pela Justiça, e caso exista uma dívida, sua autenticidade poderá ser reconhecida ao fim do processo.
LEIA MAIS: Após Prisão e Golpe com Bitcoin, Ronaldinho Gaúcho é Condenado por Morte de Eletricista
LEIA MAIS: 'Investi na GenBit porque eram evangélicos e perdi poupança do meu pai', diz investidora