A B3, a Bolsa de Valores do Brasil, está prestes a marcar um momento histórico e abrir, pela primeira vez em sua história, negociações à noite, com foco principalmente em Bitcoin.
Segundo a Folha de São Paulo, a B3 planeja lançar um pré-mercado noturno, operando entre 18h30 e 21h45, oferecendo aos investidores a oportunidade de negociar ativos após o horário convencional de funcionamento (das 10h às 18h).
Inicialmente, o pré-mercado noturno contará com a negociação de dois contratos futuros: o do Ibovespa e o do Bitcoin.
Gilson Finkelsztain, presidente da B3, revelou que a decisão de estender o horário de negociações surgiu a partir da demanda dos investidores de varejo, refletindo o interesse da pessoa física em operar no final do dia.
Em um encontro com jornalistas, Finkelsztain destacou que a iniciativa é um teste, reconhecendo que ela traz consigo desafios como aumento de custos e riscos. A Bolsa também está avaliando a possibilidade de estender em uma hora o pregão regular, uma ideia que gera opiniões diversas entre os participantes do mercado.
Outro ponto na agenda da B3 é a revisão das regras do Novo Mercado, segmento que representa o mais alto padrão de governança corporativa da bolsa. Após eventos recentes, como a crise envolvendo a Americanas, a B3 busca ajustar as normas desse mercado.
Finkelsztain destacou que os aprendizados com eventos corporativos são fundamentais para aprimorar as regras, e a revisão visa manter a qualidade do Novo Mercado.
B3
Apesar das inovações, o presidente da B3 enfatiza que o principal desafio em 2024 é aumentar a liquidez do mercado secundário de dívida. Ele aponta que a isenção de impostos sobre títulos de dívida privada para investidores estrangeiros poderia contribuir significativamente para alcançar esse objetivo.
Enquanto o mercado de dívidas ganha destaque, o segmento de ações busca ganhar impulso em 2024. Com a expectativa de cinco IPOs (Ofertas Públicas Iniciais) durante o ano, a B3 espera retomar o ritmo após um período sem novas ofertas.
Finkelsztain, no entanto, adota uma postura cautelosa em relação aos IPOs, ressaltando a necessidade de um mercado mais fluido e uma dinâmica clara nas condições macroeconômicas para impulsionar essas operações.
O executivo concluiu afirmando que o cenário macroeconômico brasileiro é favorável ao mercado de capitais, mas destaca a importância contínua das reformas governamentais e da busca por alternativas para aumentar a arrecadação, mantendo o objetivo de zerar o déficit.