Scott Minerd, diretor de investimentos do Guggenheim Partners, firma de gestão e consultoria financeira, previu que o preço do Bitcoin (BTC) ainda está longe do fundo e pode alcançar US$ 8.000 no curto prazo, de acordo com reportagem da CNBC publicada na segunda-feira, 23.
Considerando-se que o Bitcoin era negociado em torno da faixa de US$ 30.000 na ocasião, uma queda desta magnitude representaria uma desvalorização adicional de aproximadamente 70% para a maior criptomoeda do mercado.
A previsão de Minerd baseia-se no ambiente macroeconômico desfavorável, caracterizado pelo início de um ciclo agressivo de alta de juros por parte do Banco Central dos EUA (Fed) em meio a temores de uma eventual recessão:
"Quando você quebra abaixo de 30.000 [dólares] consistentemente, 8.000 [dólares] é o fundo final, então acho que ainda temos muito mais espaço para o lado negativo, especialmente com as políticas restritivas do Fed."
Previsões erradas
Levando-se em conta o histórico de previsões do diretor de investimentos do Guggenheim, não há razão para preocupação adicional por parte dos investidores. Por este viés, um novo tombo de tamanha magnitude do preço do BTC parece improvável.
Um usuário pseudônimo do Twitter identificado como mhonkasalo (@mhonkasalo) chamou atenção para antigas previsões de Minerd sobre a ação de preço do Bitcoin, mostrando como o mercado as invalidou agindo de forma diametralmente oposta.
Scott Minerd BTC price calls:
— mhonkasalo (@mhonkasalo) May 23, 2022
- $600k at $60k → went to $30k.
- $10k at $30k → price to $65k.
- $8k at $30k (again) → TBD. pic.twitter.com/NWjrRdegFM
Previsões de oreços de Scott Minerd para o BTC:
- US$ 600k em US$ 60k → foi para US$ 30k.
- US$ 10k em US$ 30k → preço foi para US$ 65k.
- US$ 8k a US$ 30k (de novo) → TBD
— mhonkasalo (@mhonkasalo)
Em dezembro de 2020, quando o Bitcoin ainda não havia renovado a máxima histórica de dezembro de 2017, Minerd assumiu que o preço justo do Bitcoin seria US$ 400.000. Quando o Bitcoin ultrapassou os US$ 60.000, em março de 2021, ele previu que o preço do BTC se multipilicaria por dez e chegaria a US$ 600.000, desde que houvesse um aumento da adoção por parte dos investidores institucionais. Algo que de fato ocorreu ao longo do ano passado.
No entanto, a máximo a que o Bitcoin chegou na ocasião foi a US$ 64.854 até entrar em uma correção em que desvalorizou mais de 50%, chegando a US$ 28.805 no final de junho do ano passado. Na ocasião, Minerd previu que o preço do BTC poderia recuar para US$ 15.000, mas o preço acabou sustentando-se na faixa dos US$ 30.000.
Mesmo assim, menos de um mês depois, Minerd renovou sua previsão de baixa afirmando que o Bitcoin poderia cair até US$ 10.000. Poucos dias após a declaração do diretor de investimentos do Guggenheim, a ação de preço do BTC retomou a tendência de alta, que só foi interrompida após a renovação da máxima histórica de US$ 69.000, registrada em 10 de novembro.
A lei do mercado diz que acontecimentos passados não são garantia de retornos futuros, mas a mais recente declaração de Minerd pode deixar os investidores, se não exatamente confiantes, ao menos esperançosos de que um reteste do recorde histórico de preço possa vir a ocorrer em algum momento no segundo semestre deste ano.
Bitcoin e Ethereum vão sobreviver
Apesar da atual previsão pessimista, o diretor de investimentos da Guggenheim afirmou que, embora a grande maioria das criptomoedas sejam literalmente um "lixo", Bitcoin e Ethereum (ETH) vão sobreviver ao mal momento do mercado.
No entanto, ele acredita que a tecnologia vencedora, capaz de popularizar verdadeiramente as criptomoedas junto à população, ainda está por ser criada. Segundo ele, o ativo que incorporar os três elementos fundamentais de uma moeda de forma simples e escalável, a saber reserva de valor, unidade de conta e meio de troca, acabará destronando os atuais líderes do mercado. E traça uma comparação do momento atual da indústria de criptomoedas com os primóridos da internet e ao momento anterior ao estouro da bolha ponto com na virada do século:
"Se estivéssemos agora às vésperas da bolha da internet, estaríamos falando sobre como o Yahoo e a America Online eram os grandes vencedores. Não poderíamos prever o destino de todos os demais concorrentes, como a Amazon ou a Pets.com, para dizer se seriam as vencedoras. Da mesma forma, acho que ainda não tivemos o protótipo certo para as criptomoedas."
As criptomoedas só terão sucesso definitivo quando as pessoas tiverem o costume de utilizá-las em suas transações cotidianas e puderem confiar de que elas não perderão seu valor do dia para a noite, concluiu o executivo.
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, analistas enxergam o fundo para a atual queda do Bitcoin em uma faixa entre US$ 22.000 e US$ 24.000. No início da tarde desta terça-feira, a maior criptomoeda do mercado está sendo negociada a US$ 29.462, de acordo com dados do CoinGecko.
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