Em tempos de ressaca do mercado financeiro, o mar do venture capital (capital de risco) costuma não estar apropriado aos banhistas, mas pode atrair os surfistas adeptos das grandes ondas e seus riscos. Ainda que a relação entre o atual momento do mercado financeiro e o mar revolto seja apropriada, já que as ações das gigantes tecnológicas derreteram nos últimos meses na Nasdaq, uma das maiores bolsas dos Estados Unidos, arrastando para baixo os investimentos de capital de risco, que minguaram os aportes nas startups em relação a 2021, a entrada de uma celebridade no venture capital poderia parecer improvável no atual momento econômico, mas ela aconteceu e no Brasil.
Trata-se do tricampeão mundial de surfe Gabriel Medina, que anunciou sua chegada ao venture capital ao criar o primeiro "celebrity fund" (fundo de celebridade) do Brasil, a Kauai Ventures, uma empresa que promete aportar recursos próprios em startups que envolvam blockchain, token não fungível (NFT), metaverso, criptomoedas e outras soluções tecnológicas disruptivas. Ao lado de Medina estão o multi-family office Carpa Family Office, o empresário do atleta, Felipe Stanford, e o executivo Ricardo Laureano Siqueira.
"Desde que começamos as conversas sobre a Kauai, o projeto fez muito sentido para o que acredito. Eu vivo o esporte, a natureza é a minha casa e a tecnologia está em tudo, por isso queremos apoiar empresas que pensem como a gente e que estejam envolvidas com esses temas", declarou Gabriel Medina.
Ricardo, que também é sócio e CEO da Kauai Ventures, destacou que Gabriel Medina traz um ganho valioso ao empreendimento, porque a visibilidade e a rede de relacionamento do atleta aumentam a possibilidade de novas investidas e oportunidades no mercado.
"Startups investem milhões para adquirir clientes, e ter um sócio com ele reduz essa necessidade, além de ampliar o reconhecimento de marca, facilitando e garantindo que a empresa se dedique ao produto, experiência e tecnologia", explicou.
A Kauai chega ao mercado apoiada em duas tendências que já são populares nos Estados Unidos, que são os chamados "celebrity funds" e os "club deals" (ofertas do clube), caracterizadas pela seleção de negócios mais apropriados ao investimento próprio, com a possibilidade de aporte aos amigos e parceiros próximos dos sócios.
"Com a Kauai Ventures, a investida poderá contar com o apoio dos sócios da Kauai e outros advisors parceiros próximos, além da experiência de quem realmente tem interesse e sinergia com o negócio, acelerando seu crescimento sem a necessidade de grandes investimentos", explicou o CEO da Carpa Family Office, Ian Dubugras.
As primeiras manobras da Kauai Ventures acontecem em um momento de queda de 38% nos investimentos de capital de risco em criptomoedas entre os meses de abril e maio, período em que os aportes caíram de US$ 6,8 bilhões para US$ 4,7 bilhões, conforme noticiou o Cointelegraph.
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