A plataforma de rede social Gab quer levantar US$ 10 milhões em uma rodada de crowdfunding de Série A para poder descentralizar sua infraestrutura e integrar os pagamentos de Bitcoin (BTC) e Lightning Network.

Fundado em 2016, o Gab ganhou notoriedade devido a uma percepção de que ela serve como uma “câmara de eco” para exibições da “alt-right” ou “extrema-direita”, já que recebe usuários que foram banidos de sites como Twitter e Facebook por alegadas violações das regras do discurso de ódio.

Mais amplamente, o site tem como alvo uma base de usuários de inclinações libertárias, nacionalistas, populistas ou conservadoras - ou qualquer um que discorde das medidas de filtragem de conteúdo, antidesinformação e coleta de dados impostas pelas plataformas tradicionais ou "Big Tech".

Há muito que o Gab apresenta seu apoio à cripto como um dos três pilares da empresa - sendo estes a maximização sem remorso em relação à liberdade de expressão, o Bitcoin e a liberdade.

Em seu anúncio de campanha, o Gab observa que aceitou doações de Bitcoin - caracterizadas como "dinheiro da liberdade de expressão" - desde 2016, mas que tem sido deixado "sem plataforma" por processadores de pagamento que incluem Paypal, Stripe, Coinbase, Square, Bitpay e outras:

“Nossos planos [...] são integrar o Bitcoin e o ferramental da Lightning Network do Bitcoin em nossa linha de produtos de liberdade de expressão para capacitar nossos usuários a facilitar o comércio, dar dicas uns aos outros e ficarem mais livres da censura e controle corporativos.”

Caso consiga arrecadar os fundos, o Gab lançará uma arquitetura de rede social de código aberto, que é totalmente descentralizada, o que significa que qualquer um pode participar de um grupo de servidores federados de publicação na web.

Também foi lançado um novo navegador “de código aberto, orientado para a liberdade” Dissenter Web Browser, que conta com bloqueador de anúncios e uma Extensão de Comentários nativos. Além de contar com funcionalidade de carteira Bitcoin e Lightning Network integradas, o Gab afirma que o Dissenter pode impedir o rastreamento “Big Tech” que acontece na rede convencional.

De acordo com sua campanha de crowdfunding, o Gab.com tem quase 1 milhão de usuários registrados, com seus cinco principais mercados sendo os Estados Unidos (51%), Brasil (10%), Reino Unido (6%), Canadá (6%), e Alemanha (6%) em 2019.

O aplicativo do Gab foi notavelmente banido pelas lojas Apple App Store e Google Play.

Conforme relatado recentemente, foi reportado que o Gab estava usando o aplicativo Cash da Square, empresa de pagamentos baseada nos Estados Unidos, em janeiro de 2019, para realizar transações e receber doações em Bitcoin (BTC) - antes de sua exclusão do serviço.

Assim como declaradamente encerrou a conta pessoal do cofundador do Gab, Andrew Torba, a Coinbase também fechou a loja de mercadorias de conta mercantil da publicação internacional sem fins lucrativos anônima WikiLeaks em abril desta ano, alegadando uma violação de termos de serviço.