A Unick Forex, suposta pirâmide financeira de Bitcoin e alvo da operação Lamanai, declarou, por meio de seu escritório do advocacia e de seu advogado Marcos Prata, que ressarcirá todos os investidores que solicitaram o cancelamento de seus planos na plataforma, segundo um vídeo publicado nas redes sociais.

Prata alega que as prisões de Leidimar Lopes, presidente da Unick e dos demais líderes da empresa presos pela Polícia Federal (no total foram 10 prisões) estão detidos apenas para prestar esclarecimentos e que não há, até o momento, qualquer condenação a empresa e a seus operadores.

Sobre os pagamentos o advogado declarou que é mentira que a empresa não pagará os rendimentos dos clientes e que a informação teria sido 'enviada' pelo próprio Leidimar, diretamente da cadeia, por meio de seu irmão, Wagner Lopes.

“Não procede essa informação de que a empresa decidiu que não vai pagar mais. Quem falou isso tá mentindo, porque nós estamos acompanhando de perto aqui (...) A empresa está com seus advogados na Polícia Federal, buscando se defender das acusações que estão sendo feitas e, de acordo com o irmão do Leidimar, o Wagner, a empresa vai sim voltar a pagar os cashbacks para aquelas pessoas que continuaram. E o escritório jurídico Dr. Nelson entrará em contato com aquelas pessoas que optaram pelo cancelamento", declarou.

Prata entretanto não comenta o fato das apreensões de bens realizada pela Polícia Federal que além de 1550 Bitcoin, também teria apreendido 43 carros de luxo da empresa, além de imóveis e outros bens. Segundo o delegado da PF responsável pelo caso, mesmo todas as apreensões não seriam suficiente para ressarcir todos os clientes.

De fato, o escritório de Nelson Willians que vem cuidado do caso vem propondo pagamento de apenas 20% do valor investido na Unick e apenas mediante a apresentação de comprovante da compra de pacotes da empresa. Contudo, mesmo os clientes que relataram adesão a proposta, vem declarando, nas redes sociais que não foram procurados pelo escritório para o efetivo pagamento dos valores.

Segundo o vídeo, Marcos Prata, também deixou claro que a devolução dos valores 'não será fácil', justamente devido a prisão temporária dos líderes da empresa, “Para que tudo volte ao normal, é preciso que a empresa resolva esse caso da Polícia Federal, porque, como vocês já estão sabendo, o Leidimar ainda está na Polícia Federal, o dr. Fernando [Baum Solomon], o Israel Nogueira, da mídia, o Marcos [da Silva Kronhardt], trader, e mais algumas pessoas… e o Danter Silva”.

Como noticiou o Cointelegraph, dois dos maiores casos de pirâmides financeiras desmontadas pela Polícia Federal do Brasil nos últimos meses tiveram uma coincidência: tanto a Unick Forex quanto a InDeal, empresas que juntas captaram mais de R$ 10 bilhões e fraudaram milhares de pessoas no país e no exterior, tinham sede em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.