De um lado o Bitcoin (BTC) se consolida como o ativo preferencial de reserva de valor em tempos de inflação alta e política monetária descontrolada. Do outro, o Ethereum (ETH) tem sua utilização potencializada pelos NFTs e os protocolos de finanças descentralizadas, dois setores da indústria de criptomoedas em plena expansão.
Enquanto ambos renovavam a suas máximas há menos de 24 horas atrás algumas horas atrás, a indústria de criptomoedas pela primeira vez alcançava US$ 3 trilhões em valor total de caplitalização de mercado.
Diante deste cenário perfeito, o que se pode esperar daqui por diante, especialmente depois que, na semana passada, o FED (Banco Central dos EUA) anunciou a redução de sua política de estímulos monetários e o Banco da Inglaterra afirmou que as taxas de juros precisam ser elevadas nos meses a seguir?
De acorco com o estrategista do mercado Nikolaos Panigirtzoglou e a equipe de analistas do JP Morgan, os investidores devem dar preferencia ao Ethereum em em relação ao Bitcoin, pois a rede de contratos inteligentes tem mais casos de uso.
A blockchain do Ethereum é a principal plataforma para operação de protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), e também para a criação e comercialização de tokens não fungíveis (NFTs), cujas utilidades vêm se tornando cada vez mais amplas.
No princípio, os NFTs eram utlizados para criação e registro de propriedade de colecionáveis digitais, mas agora já há toda uma nova forma de criação artística baseada em suas propriedades, assim como um novo modelo de monetização de jogos eletrônicos, no qual os jogadores são recompensados de acordo com o seu desempenho.
O Bitcoin prosperou em um mundo de taxas de juros praticamente neutras e compra maciça de títulos pelos bancos centrais. Com dinheiro fácil fluindo para os mercados, o Bitcoin consolidou a narrativa de que seria o "ouro digital" e uma proteção eficaz contra a inflação e a desvalorização do poder de compra do dinheiro.
A redução das políticas de estímulos associadas ao aumento das taxas de juros como armas ao combate à inflação podem prejudicar o Bitcoin, de acordo com Panigirtzoglou:
"O aumento nos rendimentos dos títulos e a eventual normalização da política monetária estão pressionando o Bitcoin para baixo como uma forma de ouro digital, da mesma forma que rendimentos reais mais altos têm pressionado para baixo o ouro".
Graças às funcionalidades da rede o Ethereum estaria menos vulnerável às pressões do cenário macroeconômico. Outra vantagem do Ethereum sobre o Bitcoin no longo prazo, segundo o analista, seria transição da rede do mecanismo de consenso de Prova-de-Trabalho (Proof-of-Work) para o de Prova-de-Participação (Proof-of-Stake) programada para 2022. Uma vez implementada, o consumo energético da rede Ethereum será reduzido sensivelmente.
"O foco dos investidores em ESG [investimentos ambientais, sociais e de governança] desviou a atenção da blockchain do Bitcoin, com seu uso intensivo de energia, para a blockchain do Ethereum".
A verdade é que levando em consideração a valorização até agora em 2021, o Ethereum já está em vantagem em relação ao Bitcoin. Enquanto o Ehter acumula 539% de rendimentos, o Bitcoin cresceu 122%, de acordo com dados do CoinMarketCap.
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