A proposta apresentada na última semana pelo magnata da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, de comprar o Twitter por US$ 54,20 por ação, montante que superaria os US$ 40 bilhões, continua despertando alvoroço no mercado financeiro. Mas a investida do bilionário, que já detém 9,2% das ações da gigante da mídia social, também rendeu uma troca de alfinetadas entre o cofundador da rede blockchain Ethereum (ETH), Vitalik Buterin, e o cofundador do Twitter, Jack Dorsey.
Aos seus 3,6 milhões de seguidores no Twitter, Vitalik criticou a investida “hostil” de e pessoas e organizações em relação à tentativa de domínio das mídias sociais.
Não me oponho a Elon controlando o twitter (pelo menos em comparação com o status quo), mas eu discordo do entusiasmo mais generalizado de pessoas/organizações ricas que tomam o controle de forma hostil de empresas de mídia social. Isso poderia facilmente dar *muito* errado (por exemplo, imagine um governo estrangeiro eticamente desafiado fazendo isso), disse.
Don't oppose Elon running twitter (at least compared to status quo), but I do disagree with the more generalized enthusiasm for wealthy people/orgs hostile-takeovering social media firms. That could easily go *very* wrong (eg. imagine an ethically-challenged foreign gov doing it) https://t.co/LDqjXh3xCK
— vitalik.eth (@VitalikButerin) April 15, 2022
O doutor em ciências sociais, escritor e professor da Universidade George Mason, Robin Hanson, criticou o que qualificou como “obstáculos legais fracos”, que indiretamente facilitariam as aquisições de pessoas e organizações de mídias sociais.
Devemos ter muito mais aquisições hostis, por meio de obstáculos legais mais fracos para fazê-lo. Eles são uma maneira poderosa de disciplinar o gerenciamento, disparou Robin Hanson.
Diante de uma enxurrada de críticas à tentativa de Musk de comprar o Twitter, expressas nas respostas da publicação de Vitalik, entre elas uma comparação com a compra do Wall Street Journal em 2013 pelo bilionário da Amazon Jeff Bezos, Jack Dorsey sinalizou que não concordava com o monopólio das mídias sociais dizendo que:
Não acredito que nenhum indivíduo ou instituição deva possuir mídias sociais ou, mais geralmente, empresas de mídia. Deve ser um protocolo aberto e verificável. Tudo é um passo para isso.
I’m don’t believe any individual or institutions should own social media, or more generally media companies. It should be an open and verifiable protocol. Everything is a step toward that.
— jack⚡️ (@jack) April 16, 2022
O posicionamento de Dorsey parece ter sido o que a plataforma de redes sociais descentralizadas DeSo (DESO) esperava para aproveitar o debate e difundir a proposta da empresa:
Olá @Jack. Concordamos e temos uma visão semelhante para o futuro das mídias sociais. Trabalhamos no protocolo DeSo há anos e nos dedicamos a resolver os problemas que vemos hoje com as mídias sociais e a centralização de dados.
Da mesma forma, Jack também usou a mudança do norte da conversa pela DeSo para criticar a rede Ethereum.
Se você está desenvolvendo em Ethereum, você tem pelo menos um, senão vários pontos de falha e, portanto, não são interessantes para mim, alfinetou o cofundador do Twitter.
if you’re building on ETH you have at least one, if not many, single points of failure and therefore not interesting to me.
— jack⚡️ (@jack) April 19, 2022
Embora tenha sido replicado pela DeSo com o argumento de que a empresa possui sua própria blockchain, outros interlocutores compreenderam que o alvo de Dorsey não era a DeSo e sim Buterin.
Fora do ringue de Vitalik Buterin e Jack Dorsey, as criptomoedas ganharam prioridade no discurso de Musk para uma eventual compra do Twitter. Em uma conferência realizada em Vancouver na última semana, ele disse que a principal prioridade em caso de aquisição da mídia social incluiria a redução de tweets de golpes com criptomoedas, conforme noticiou o Cointelegraph.
LEIA MAIS: