O juiz de um tribunal federal em Manhattan adiou o caso do governo dos EUA contra o ex-CEO da Terraform Labs, Do Kwon, após os promotores solicitarem mais tempo para revisar mais quatro terabytes de evidências.
Em uma ordem emitida em 3 de março, o juiz Paul Engelmayer adiou a audiência, que estava prevista para 6 de março, para 10 de abril. O adiamento ocorreu após os promotores informarem, em uma carta de 27 de fevereiro, que previam “produzir mais 4 terabytes de material probatório para a defesa até o final da próxima semana.”
Na carta, o governo afirmou que as novas evidências incluem informações relacionadas a mandados sobre “diversas contas eletrônicas”, além de materiais fornecidos por “diversas entidades e indivíduos terceiros.”
O adiamento até 10 de abril dará à equipe de defesa de Kwon mais tempo para revisar o novo material probatório.
Trecho da decisão do juiz Paul A. Engelmayer de 3 de março, adiando a audiência para 10 de abril. Fonte: CourtListener
Na carta, os promotores informaram que já haviam enviado aos réus 600 gigabytes de dados obtidos de quatro celulares anteriormente pertencentes a Kwon, além de e-mails enviados e recebidos de suas contas pessoais e comerciais.
Também foram enviados à defesa documentos relacionados à extradição de Kwon para os EUA, registros de evidências recebidas pelo FBI em Montenegro, declarações feitas por Kwon à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) e registros de negociação de criptomoedas.
O ecossistema Terra Luna entrou em colapso em maio de 2022, eliminando US$ 60 bilhões em valor de mercado após o TerraClassicUSD (USTC) perder sua paridade com o dólar e cair abaixo de US$ 0,01. A desestabilização do USTC e a venda em pânico também contribuíram para o colapso do token Terra Luna Classic (LUNC).
Após o colapso da Terra, Kwon, um cidadão sul-coreano, viajou entre Singapura e Dubai antes de seguir para Montenegro.
Ele foi preso em Montenegro em março de 2023 ao tentar embarcar para Dubai com um passaporte falso da Costa Rica. Como resultado, cumpriu uma pena de quatro meses de prisão.
Após longas negociações com as autoridades montenegrinas, Kwon foi extraditado para os EUA em dezembro de 2024. Ele compareceu perante um juiz americano pela primeira vez em 2 de janeiro e se declarou inocente de nove acusações criminais relacionadas a fraudes.
O julgamento de Kwon segue programado para 26 de janeiro de 2026.
O tribunal determinou que as partes devem apresentar moções pré-julgamento até 1º de julho e as respostas a essas moções até 11 de agosto.