Promotores sul-coreanos identificaram 414,5 bilhões de won (US$ 314,2 milhões) em ativos ilícitos associados ao cofundador do Terraform Labs, Do Kwon, e seus associados. Dos ativos ilegais rastreados, os promotores identificaram cerca de 91,4 bilhões de won (US$ 69 milhões) diretamente vinculados a Kwon.
Embora Kwon tenha acumulado milhões, nenhum dos ativos vinculados a ele é recuperável ou está sob a jurisdição das autoridades sul-coreanas. Isso ocorre principalmente porque o ex-CEO agora preso teria convertido a maior parte dos fundos ilícitos em Bitcoin (BTC) através de exchanges de criptomoedas no exterior em vez de investir em ativos físicos, de acordo com uma reportagem publicada pelo veículo de mídia local KBS.
As investigações sobre o colapso do Terra pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) revelou que Kwon desviou quase US$ 100 milhões em Bitcoin do TerraForm Labs após o colapso do protocolo DeFi. Em outra reportagem baseada em uma entrevista da SEC com o ex-líder do Terraform Labs, publicada na mídia sul-coreana, Kwon foi acusado de desviar US$ 80 milhões por mês antes do colapso do Terra.
As autoridades sul-coreanas solicitaram à Binance que suspendesse qualquer pedido de retirada associado às contas de Kwon. A Binance confirmou ao Cointelegraph que está cooperando com os promotores e oferecendo toda a assistência necessária.
“Fornecemos às autoridades coreanas da LE a assistência solicitada. Como não podemos comentar sobre as investigações em andamento, para qualquer comentário adicional, entre em contato com os promotores.“
Os promotores sul-coreanos estão rastreando ativamente as propriedades associadas aos executivos do Terraform Labs para recuperar ao menos parte dos fundos ilícitos do desastre do Terra. Em 3 de abril, promotores apreenderam imóveis e outros bens materiais para impedir que ex-funcionários do Terra vendessem ativos que podem estar ligados aos processos judiciais em andamento.
Além das residências em Seul pertencentes ao ex-CEO Shin Hyun-seong e outros funcionários do TerraForm Labs, os promotores também entraram com ações de execução hipotecária contra veículos registrados no exterior, terras em Hwaseong e Gapyeong em Gyeonggi-do e Taean na província de Chungcheong do Sul.
O Terra era um ecossistema DeFi em expansão até o seu colapso que eliminou US$ 40 bilhões do mercado de criptomoedas em poucos dias no início de maio de 2022.
O que inicialmente se pensou ser um evento desencadeado por movimentos de mercado acabou se provando um típico caso de fraude, no qual Kwon estava no epicentro. De acordo com dados on-chain, nas 3 semanas que antecederam a perda da paridade com o dólar da stablecoin TerraUSD (UST), uma entidade despejou mais de US$ 450 milhões em UST no mercado aberto. Quatro dias após a venda, o UST começou a entrar em colapso. A entidade por trás do enorme despejo não era outra senão o próprio Terraform Labs.
TFL has been perpetrating the narrative that UST was "attacked". This is a false flag. In reality, TFL themselves weakened the Curve pool by irresponsibly dumping a massive amount of UST in a short timeframe. This reduced liquidity and severely weakened the peg.
— FatMan (@FatManTerra) December 6, 2022
O TFL vem perpetrando a narrativa de que o UST foi "atacado". Esta é uma alegação falsa. Na realidade, o próprio TFL enfraqueceu o pool da Curve ao despejar irresponsavelmente uma grande quantidade de UST em um curto espaço de tempo no mercado. Isso reduziu a sua liquidez e enfraqueceu severamente a paridade [da stablecoin com o dólar].
— FatMan (@FatManTerra)
Apesar de um mandado de prisão expedido pelas autoridades sul-coreanas e deum alerta vermelho da Interpol em seu nome, Kwon conseguiu escapar da prisão por quase um ano antes de ser preso em 23 de março, em Montenegro.
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