A diretora de Bussiness Development da Transfero Swiss AG, Juliana Walenkamp, disse em entrevista que quer aproximar as mulheres do Bitcoin e de outras criptomoedas e que a blockchain devem no futuro trazer empoderamento, não apenas às mulheres. A entrevista foi publicada pelo Panorama Crypto.
Na entrevista, ela diz que antes de entrar para empresa de gestão de criptomoedas estudou "muito a área de criptomoedas e quis entender bem o podencial da blockchain", acrescentando que percebeu que os criptoativos eram um "instrumento de liberdade, além de uma grande inovação para o setor financeiro".
Walenkamp também diz que quando trabalhava com trading no setor financeiro as operações cambiais eram muito complicadas e levavam dias para serem concretizadas, e "com o Bitcoin, você resolve esse problema em instantes, dinamiza muito mais o processo e reduz custos drásticamente".
Depois, ela diz que o preconceito contra mulheres não é exclusividade do campo das moedas digitais, e que "o mercado financeiro como um todo é assim":
"Eu combato isso com muito conhecimento, informação, e, principalmente, entendendo as necessidades dos clientes", diz ela.
Além disso, ela diz que percebe "um crescente interesse de mulheres no mercado financeiro", e que o Brasil tem dificuldade na educação das finanças. As mulheres, acrescenta, não participam das decisões de alocação do patrimônio de investimento da família na maioria dos casos, "mas esse cenário está mudando". E completa:
"Mulheres querem conquistar sua liberdade financeira também e isso não acontece de maneira instantânea. É necessário comportamentos e decisões específicas para impulsionar isso. Desse modo, as mulheres do nosso século precisam ficar atentas às tendências do mercado e isso inclui enfrentar alguns desafios e assumir riscos. Quanto mais mulheres participarem desse movimento hoje, maior a chance de elas desempenharem um papel importante na construção dessa nova realidade, seja como investidora ou como profissional atuante no mercado."
Para Walenkamp, as mulheres são mais conservadoras e detalhistas que os homens na destinação dos recursos financeiros das famílias:
"De uma forma geral, mulheres são mais conservadoras na alocação dos recursos financeiros da família. Além de serem também mais detalhistas, procurarem saber de todos os aspectos de um produto de investimento, com muita particularidade, antes de optar por ele. Acho que isso ocorre porque a mulher preza bastante pela proteção familiar através do instinto materno. Ainda, isso não é generalizado. Tenho clientes mulheres com apetite de risco bem elevado também. Tudo depende do perfil da pessoa."
Ela espera que nos próximos anos a curva de adoção de criptomoedas entre as mulheres só deve crescer, e diz se informar assinando newsletters e sites especializados, citando o Cointelegraph.
Já no final da entrevista, ela diz que a diferença salarial entre homens e mulheres ainda é uma questão cultural, mas que "em algumas áreas da economia, como tecnologia, tem mulheres ganhando mais que homens", completou. Walenkamp termina dizendo que acredita que a tecnologia blockchain trará empoderamento para "todos os cidadãos":
Eu acredito muito na blockchain, ela abre possibilidades imensas, até mesmo em relação a trabalho nessa área. [...] Hoje, já há um número grande de possibilidades, desde investimentos até no desenvolvimento de projetos nessa tecnologia. E certamente vai ser um grande instrumento de empoderamento, não só de mulheres, como de todos os cidadãos. Eu gosto muito da frase: “a big swing is a big opportunity” (uma grande mudança é uma grande oportunidade, em tradução livre). A blockchain e as criptomoedas são exatamente essa grande mudança que abrem grandes possibilidades.