Um estudo realizado pelo Datafolha e pela Paradigma Education, com apoio da Coinbase e da Hashdex, revelou que as criptomoedas estão entre os cinco maiores investimentos do Brasil, atrás somente da poupança, imóveis e dinheiro no colchão — tecnicamente empatadas com os fundos de investimento.
A 1ª Pesquisa Nacional das Criptomoedas revelou ainda que os criptoativos já ultrapassaram as ações na preferência dos investidores: 2,5 vezes mais pessoas já investiram em cripto do que em ações.
Segundo o Datafolha, 16% dos brasileiros têm ou já tiveram cripto, o que representa cerca de 25 milhões de pessoas e coloca o Brasil entre os 10 maiores mercados consumidores de cripto do mundo. Um número ainda mais expressivo mostra que 54% dos entrevistados dizem conhecer o Bitcoin, o que indica que mais brasileiros conhecem a moeda criada por Satoshi Nakamoto do que o termo ESG ou o próprio tipo sanguíneo.
Além disso, cerca de 3 milhões de brasileiros fazem autocustódia de seus ativos, mantendo suas próprias “wallets”.
Apesar da popularidade do Bitcoin no país, a pesquisa mostra que o conhecimento dos brasileiros sobre outros ativos digitais ainda é limitado: entre os que conhecem o Bitcoin, cerca de dois terços não conhecem nenhuma outra criptomoeda.
A percepção de valor também aparece: 18% veem nas criptomoedas uma boa maneira de diversificar investimentos, enquanto 17% acreditam ser uma forma de preservar valor a longo prazo. Para Fábio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase, os dados evidenciam um grande gap de educação financeira.
“Embora cripto já seja uma das cinco formas de investimento mais populares do Brasil, muitos brasileiros ainda as relacionam somente à poupança, ignorando outros serviços como o staking. Apesar disso, os resultados da pesquisa nos deixam animados com as perspectivas para o mercado brasileiro no futuro.”
Criptomoedas entre os principais investimentos do Brasil
Felipe Sant Ana, cofundador da Paradigma Education, também destaca o potencial de crescimento do setor nos próximos anos:
“74% dos brasileiros concordam que o sistema financeiro pode se beneficiar de uma modernização. Este é um dos fatores que explica o grande potencial de crescimento do mercado, com cerca de 20% dos brasileiros (16 milhões de pessoas) dizendo ser provável investir em cripto ou Bitcoin nos próximos 24 meses.”
Marcelo Sampaio, CEO da Hashdex, reforça a importância da educação:
“A pesquisa confirma que o Brasil já é um dos maiores mercados consumidores de cripto do mundo, mas ainda há um grande caminho a percorrer na educação financeira. Queremos tornar o investimento em cripto mais acessível e seguro, e esses dados reforçam a necessidade de ampliar o conhecimento sobre essa classe de ativos para que mais brasileiros possam aproveitar seu potencial.”
A pesquisa também explorou o perfil político dos investidores em cripto. Os dados indicam que esse público é mais engajado politicamente que a média dos brasileiros, mas menos partidário, com uma inclinação maior ao centro do espectro político. O Datafolha entrevistou 2.007 pessoas em 113 municípios para realizar o levantamento.