O total investido em empresas do mercado de criptomoedas cresceu, pela primeira vez, em seis meses, apontam dados do DefiLlama. Ao todo, foram injetados US$ 816,45 milhões por fundos de capital de risco, um crescimento de 42% em relação a janeiro.

Mais uma vez, o segmento de infraestrutura dominou o volume de investimentos, representando 35 das 80 rodadas de captação realizadas em fevereiro. A grande mudança de fevereiro, em comparação ao mês anterior, foram os significativos investimentos em plataformas centralizadas e iniciativas de mineração.

Muito dinheiro em CeFi

Um dos maiores aportes de fevereiro foi direcionado à Taurus, plataforma focada em oferecer diferentes serviços relacionados a criptomoedas a nível institucional. A Taurus oferece negociações, staking, tokenização de ativos, custódia, dentre outras soluções. Ao todo, a plataforma captou US$ 65 milhões, aportados por instituições financeiras como Credit Suisse e Deutsche Bank.  

Outra volumosa rodada de captação foi conduzida pela SALT, plataforma de empréstimos de criptomoedas. Foram injetados US$ 64,4 milhões, através da compra de ações por investidores qualificados. Com esse investimento, a SALT pretende retomar suas atividades, que estavam paralisadas após a empresa ser impactada pelo colapso da FTX.

Somadas outras duas rodadas de investimentos, o setor de finanças centralizadas (CeFi, na sigla em inglês) recebeu US$ 146,4 milhões em fevereiro.

Investimentos em mineração

O setor de mineração captou US$ 51,2 milhões através de três rodadas. A mineradora de Bitcoin TeraWulf recebeu US$ 32 milhões como parte do seu plano de reestruturação de débito. O capital foi obtido através da venda de ações.

A Pow.re, empresa focada na mineração de Bitcoin (BTC) com energia renovável, recebeu US$ 9,2 milhões de Trinito e RFD Capital. O valor será usado para expandir as operações da empresa canadense para o Paraguai.

A Giga Energy foi a terceira empresa do ramo de mineração a receber injeção de capital em fevereiro. A empresa é especializada em criar geradores a partir de gás natural desperdiçado, fornecendo infraestrutura para projetos de mineração. O investimento será usado para oferecer mais soluções de infra.

Salto nos investimentos em GameFi

Os investimentos relacionados a jogos em blockchain cresceram significativamente entre janeiro e fevereiro. Foram US$ 105,7 milhões captados em fevereiro, valor 292,2% maior do que o montante recebido no mês anterior.

As 14 rodadas de investimento se concentraram em estúdios de desenvolvimento de jogos em blockchain. Esse foi o setor com o maior aumento de capital aportado entre janeiro e fevereiro. O movimento pode representar uma atenção aos jogos para Web3 por parte dos fundos de capital de risco, que normalmente se interessam mais por infraestrutura.

Infraestrutura também cresce

Após os aportes destinados à infraestrutura em blockchain caírem entre dezembro e janeiro, os investimentos nesse setor voltaram a crescer em fevereiro. Através de 35 rodadas, foram injetados US$ 396,7 milhões em projetos focados a fornecer novas estruturas para a construção de aplicações na indústria blockchain. O aumento foi de 36,6% entre janeiro e fevereiro.

Foi também em infraestrutura que ocorreu o maior aporte das rodadas de captação realizadas em fevereiro: US$ 70 milhões. A Chain Reaction, empresa focada semicondutores e soluções de privacidade, recebeu a significativa quantia de: Hanaco Ventures, Jerusalem Venture Partners, KCK Capital, Exor, Atreides Management e Blue Run Ventures.

Web3 cai, DeFi se mantém

A maior queda no interesse por parte dos fundos de capital de risco foi em aplicações para Web3. Embora muito tenha sido investido em infraestrutura para este setor, as aplicações receberam somente US$ 67 milhões, quantia 59,6% menor em relação a janeiro.

Por fim, a área das finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês), que recebeu US$ 40,96 milhões em janeiro, manteve o mesmo nível de investimentos. Ao todo, projetos desenvolvendo aplicações descentralizadas receberam US$ 40,7 milhões.

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