Cynthia Lummis, uma defensora das criptomoedas que representa Wyoming no Senado dos Estados Unidos, pediu ao Departamento de Justiça dos EUA que considere apresentar acusações criminais contra a Binance após o ataque do grupo terrorista Hamas a Israel.

Em uma carta enviada em 26 de outubro ao procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, Lummis e o deputado do Arkansas, French Hill, pediram ao Departamento de Justiça que "chegue a uma decisão sobre uma acusação contra a Binance" e "concluam rapidamente" as investigações sobre atividades supostamente ilícitas envolvendo a Tether. Os comentários dos dois congressistas foram feitos depois que o Hamas lançou um ataque coordenado contra Israel em 7 de outubro, que eles sugerem ter sido apoiado em parte por transações ilícitas envolvendo criptomoedas para "fornecer financiamento significativo a ações terroristas."

"Pedimos ao Departamento de Justiça que avalie cuidadosamente até que ponto a Binance e a Tether estão fornecendo apoio material e recursos para apoiar o terrorismo por meio de violações das sanções aplicáveis e da Lei de Sigilo Bancário", disseram Lummis e Hill. "Para esse fim, apoiamos fortemente uma ação rápida do Departamento de Justiça contra a Binance e a Tether para bloquear as fontes de financiamento dos terroristas que atualmente têm Israel como alvo."

Quando se trata de finaniamento ilícito, as criptomoedas não são o inimigo – os maus atores é que são.

Enviei uma carta pedindo ao DOJ para concluir sua investigação e considerar a apresentação de acusações criminais contra a Binance e a Tether após relatos de que estas empresas serviram como intermediárias para o Hamas e se envolveram em atividades ilícitas.

— Senator Cynthia Lummis (@SenLummis)

A carta de Lummis, uma Bitcoiner e defensora da aprovação de leis que tragam clareza regulatória para o mercado de criptomoedas, e Hill, presidente do Subcomitê de Ativos Digitais, Tecnologia Financeira e Inclusão, está alinhada com os sentimentos expressos pela senadora Elizabeth Warren e outros congressistas que vincularam as criptomoedas a atividades terroristas. Em contraste com Warren, no entanto, os dois congressistas republicanos orientaram o Departamento de Justiça a centrar o foco nos "maus atores" – neste caso, incluindo Binance e Tether.

"Devemos ter cuidado para não pintar todos os intermediários de criptoativos como suspeitos quando apenas um pequeno punhado de maus atores está agindo com fins nefastos", diz a carta. "Muitos intermediários de criptoativos procuram cumprir as sanções dos EUA e as leis de lavagem de dinheiro, entendendo corretamente que a regulação é necessária para realizar a promessa dos criptoativos e da tecnologia de contabilidade distribuída."

Na esteira dos ataques de 7 de outubro, a exchange de criptomoedas Binance congelou as contas vinculadas ao Hamas, atendendo a pedidos das autoridades israelenses. No entanto, Lummis e Hill rotularam essa ação como insuficiente após a occorrência do fato, uma vez que a exchange permitiu que grupos terroristas realizassem transações ou agiu de forma "deliberadamente cega" para ignorar o fato. Eles fizeram alegações semelhantes contra a Tether por "facilitar conscientemente as violações de sanções aplicáveis."

"Embora alguns relatórios afirmem que agora a Binance está cooperando com a polícia israelense, isso é irrelevante, porque a Binance só está agindo assim depois de permitir conscientemente que sua plataforma tenha sido usada por organizações terroristas, e somente depois de terem sido pegos."

Em 25 de outubro, a empresa de análise de blockchain Elliptic divulgou uma declaração dirigida aos congressistas dos EUA e à mídia dizendo que "não havia evidências" de que o Hamas tivesse recebido um volume significativo de fundos em criptomoedas para financiar seus ataques contra Israel. Em comparação com os milhões de dólares mencionados por alguns meios de comunicação, a Elliptic disse que uma campanha ligada ao Hamas havia arrecadado apenas US$ 21.000 desde o ataque de 7 de outubro.

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