O índice brasileiro, baseado em Bitcoin e criptomoedas, Hashdex, HDAI (Hashdex Digital Assets Index), está disponível na Nasdaq e já acumula alta de 69,8% em 2019., segundo reportagem do jornal Valor, publicada hoje, 14 de outubro.
O índice é 'lastreado' em uma cesta de criptoativos para aumentar a exposição do investidor e diminuir as perdas em casos de alta volatilidade, além disso, de três em três meses há uma 'recomposição' do fundo que tem seus ativos e valores realocados. Hoje o Hashdex conta com 13 criptomoedas: bitcoin, com 75,69%; ethereum, 9,90%; ripple, 5,87%; bitcoin cash, 2,01%; litecoin, 1,79%; EOS, 1,46%; bitcoin SV, 0,76%; stellar, 0,61%; Tron, 0,54%; cardano, 0,53%; dash, 0,32%; ethereum classic, 0,27%; e Neo, 0,26%.
Atualmente, segundo a reportagem, o fundo, sediado nas Ilhas Cayman, já é negociado em 4 plataformas regulamentadas, Órama, BTG Pactual, Genial e Hub.
“Invisto em criptos desde 2011. Mas, em 2017, ano da explosão do bitcoin, passei a me perguntar: como reduzir o risco? Concluí que a melhor maneira seria comprar o mercado como um todo. No começo, tentei gerir uma carteira com várias criptomoedas. Mas é difícil manter isso sem perdas. Com um índice, vimos uma oportunidade de resolver esse obstáculo”,declarou o brasileiro Marcelo Sampaio, cofundador e CEO da Hashdex.
Ainda segundo a reportagem, o índice HDAI é listado desde julho de 2019 na bolsa digital americana Nasdaq - tendo de atender seus requisitos de compliance.
“A arquitetura é sofisticada, mas o conceito é simples: em vez de aplicar em uma ou outra criptomoeda, o investidor pode comprar cotas de fundos que aplicam numa cesta. As moedas virtuais são alocadas nessa carteira ou dela excluídas não pela reputação ou pelo apreço dos gestores, mas por critérios técnicos de elegibilidade: representar ao menos 0,25% de todo o mercado de criptomoedas; ter volume de negociação diária de ao menos US$ 4 milhões; não ser atrelada a moedas fiduciárias (as “stable coins”, como a prometida libra, do Facebook); e utilizar custodiantes de alta credibilidade, como os ativos negociados em bolsas", diz a reportagem.
Buscando oferecer mais transparência, segundo Sampaio, a gestão dos ativos é automatizada e sempre há uma revisão das criptomoedas que compõem o índice e de suas proporções.
“No site, tem sempre quais ativos estão. A ideia é que todos possam ver a carteira, como quando se compra uma cota de S&P 500”, diz Bruno Ramos de Sousa, diretor jurídico e de compliance. Além disso, um conselho de governança externo, tocado pela americana DMS, delibera sobre a adição ou a exclusão de ativos - mas só em casos excepcionais
A Hashdex explica também que possui um fundo offshore, o Hashdex Digital Assets Index Fund (HDAIF), que tem uma oferta regulada nos Estados Unidos e em Cayman. "Esse fundo não é ofertado para investidores brasileiros, mas os nossos fundos brasileiros compram cotas dele" segundo a empresa.
Como é o caso do Hashdex Digital Assets Discovery (investe até 20% no HDAIF e é aberto para o público em geral), o Hashdex Digital Assets Explorer (investe até 40% no HDAIF e é aberto para investidores qualificados), e o Hashdex Digital Assets Voyager (investe até 100% no HDAIF e é aberto para investidores profissionais). Esses são os fundos distribuídos no Brasil via plataformas.
Como noticiou o Cointelegraph, além do HDAI a BLP Asset criou o primeiro fundo de investimento em Bitcoin e criptomoedas, destinado ao mercado de varejo e aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, CVM.
Focada exclusivamente em “investimentos alternativos” a BLP Asset foi fundada em 2010 por executivos que foram sócios do Banco Garantia/Credit Suisse que conheceram os criptoativos em 2016 e lançaram seu primeiro fundo em Janeiro de 2018 e já angariou aprovação da CVM para oferecer investimentos em criptomoedas para o varejo.
Embora a empresa seja nacional, o Genesis Block Fund, foi constituído no exterior para atender as diretrizes da CVM. É nele que está baseado o BLP Criptoativos FIM, destinado a investidores do varejo.