Em mais um movimento pró-cripto e tokenização no Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou a venda de tokens de recebíveis da AmFi, empresa brasileira que usa blockchain no mercado de crédito. Segundo revelou o CEO e co-fundador da empresa, Paulo David, a venda será realizada em uma plataforma de crowdfunding.

David revelou que os tokens serão comercializados tanto para pessoas físicas como empresas e pretende atender as fintechs, pequenas e médias empresas que buscam crédito e também os investidores que desejam exposição a este mercado que tem sido visto como uma espécie de renda fixa com retornos melhores que a poupança.

Os pools de liquidez da AmFi usam ativos tradicionais como garantias, com APRs de até 30%, como recebíveis de cartões de crédito, duplicatas, entre outros. Basicamente, no sistema, as empresas vão poder emitir tokens de seus recebíveis e vender estes tokens aos investidores.

Para isso, com aprovação da CVM, o CEO destacou que as empresas interessadas devem procurar a AmFi e ter como meta máxima captações de até R$ 15 milhões. A AmFi fará a avaliação e compliance dos interessados e traçar um possível cronograma de lançamento. Do lado do investidor, cada pessoa física ou jurídica pode investir até R$ 35 mil em cada oferta de token.

Ao finsiders, David revelou que pretende fazer a primeira oferta pública já em setembro e, para o ano que vem, o empresário destaca que estão previstas mais ofertas e novidades na plataforma e destacou que esse tipo de iniciativa pode trazer mais liquidez para os investidores.

“Para quem vende, o que gera mais valor para o investidor é a liquidez, já que ele pode se desfazer de um ativo e aproveitar uma outra oportunidade. No Brasil, não existe isso com os recebíveis. Os FIDCs [fundos de investimento em direitos creditórios] são muito engessados. Então, quando a gente faz isso com segurança e controle é uma enorme vantagem”, disse.

Internacional

David revelou também que a empresa pretende fazer um lançamento internacional para fundos estrangeiros e investidores dos Estados Unidos, que segundo ele, estão interessados nos retornos das altas taxas de juros no Brasil. Atualmente, a fintech possui ativos com rentabilidade entre 17% a 18% ao ano, mas que chega a 30% em ativos de maior risco.

No ano de 2023, a empresa já concluiu 35 transações, processou mais de 3 mil ativos financeiros e experimentou um crescimento mensal da receita de 107%. Atualmente, conta com 500 investidores qualificados registrados na plataforma, dos quais 151 estão ativos. A meta estabelecida é alcançar, até dezembro, a adesão de 50 originadores e atingir um volume total de oferta de R$ 500 milhões.

A tokenização da AmFi está na linha da proposta do Banco Central do Brasil com o Drex, que atualmente está em fase de testes. Segundo David esse será um grande passo para o país que pode liderar o mundo na tokenização da economia.

“Caminhamos para ser o primeiro país do mundo a ter uma economia tokenizada“, finalizou