O mercado de criptomoedas recuava a um market cap de US$ 4,04 trilhões (-1,9%) na manhã desta sexta-feira (15), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 119,1 mil (-1,5%) com 58,7% de dominância de mercado, neutralidade dos investidores (59%) e a maioria das principais altcoins no vermelho, apesar de altas de dois dígitos de diversos tokens.

Fora a possível realização de lucros do rali desta semana, quanto o BTC chegou a romper US$ 124 mil e registrou uma nova máxima histórica, a queda sucedia as declarações feitas pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Em entrevista à Fox News, Scott Bessent disse que não tem conhecimento de qualquer plano governamental de comprar Bitcoin para reforçar a reserva estratégica do país.

Não vamos comprar isso, disparou.

No X, Bessent voltou atrás dizendo que “o Bitcoin que foi finalmente confiscado para o governo federal será a base da Reserva Estratégica de Bitcoin que o Presidente Trump estabeleceu em sua Ordem Executiva de março”.

Além disso, o Tesouro está comprometido em explorar caminhos neutros em termos orçamentários para adquirir mais Bitcoin para expandir a reserva e cumprir a promessa do Presidente de tornar os Estados Unidos a ‘superpotência Bitcoin do mundo’, emendou.

A realização de lucros e as declarações de Scott Bessent, que foram sucedidas por mais de US$ 100 bilhões em saídas líquidas do mercado de criptomoedas em 24 horas, podem não ter sido os únicos catalisadores de baixa. Isso porque o Departamento do Trabalho divulgou o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês), que apontou avanço a 0,9% no núcleo PPI de julho e 3,7% no acumulado de 12 meses, acima do esperado pelos analistas. O que pode favorecer uma postura mais cautelosa do Federal Reserve (Fed) em setembro, em relação ao reestabelecimento do corte na taxa de juros, arrefecendo mercados como o de criptomoedas.

As declarações de Scott Bessent e o PPI não causaram impacto expressivo nos fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em Bitcoin e Ethereum (ETH), que se mantiveram no azul através de respectivas entradas líquidas de US$ 230,93 milhões e US$ 639,61 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.

No mercado acionário, o S&P 500 e o Nasdaq, índices historicamente associados ao desempenho do Bitcoin, encerraram em respectivos 6.468,54 (+0,030%) e 21.710,67 (+0,011%). Já o VIX, “índice do medo” calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, mantinha-se a 14,56 pontos (+0,5%).

Por outro lado, a volatilidade do Bitcoin e das altcoins foi acompanhada pela explosão no volume de liquidação de traders alavancados de criptomoedas, a quase 196 mil traders e US$ 941 milhões (+120%) em 24 horas. Nesse caso, a desvantagem foi dos touros, já que as posições compradas (long), tomadores de empréstimo para revenda na alta, representavam US$ 803 milhões ante US$ 138 milhões em posições vendidas (shorts), que são os tomadores de empréstimo para venda e recompra posterior, a preços mais baixos.

Mapa de calor de 24 horas de liquidação de traders de criptomoedas. Fonte: Coinglass

monitoramento da Coinglass do mercado de Futuros de criptomoedas mostrava queda a US$ 210,1 bilhões (-2,2%) no Interesse Aberto e avanço a US$ 541,7 bilhões (+7%) no volume de negociações. Já o índice de força relativa (RSI) médio das criptomoedas da Coinglass se encontrava a 43 pontos com a maioria dos tokens nas regiões neutra, porém com maior tendência de venda e sobrevenda de tokens, caso do ASR, TA e ZRC. Por outro lado, AFRO, SKL e AIOT, se localizavam na outra extremidade, em região de sobrecompra.

Mapa de calor de quatro horas do RSI das criptomoedas. Fonte: Coinglass

O índice altseason, que se referencia pelas 100 maiores capitalizações de mercado de altcoins, mantinha-se avançado a 43 pontos em sinal de fluxo de capital para os principais tokens. No grupo das mil maiores altcoins em market cap, o ENA recuava a US$ 0,72 (-10,3%), o WIF era trocado por US$ 0,92 (-8,3%), o SPX recuava a US$ 1,56 (-8,2%), o FLOKI era negociado por US$ 0,00010 (-8,2%), o OP se convertia em US$ 0,75 (-7,9%), o GALA valia US$ 0,016 (-7,5%), o CFX representava US$ 0,17 (-7,3%), o AERO avançava a US$ 1,43 (+8,3%), o LEO chegava a US$ 9,65 (+4,2%), o PENDLE se convertia em US$ 5,51 (+3,9%) e o HYPE era negociado por US$ 48,48 (+3,6%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o MYX atingia US$ 1,80 (+24,2%), o USELESS alcançava US$ 0,31 (+13%), o XNY se convertia em US$ 0,019 (+48%), o CHEX era comprado por US$ 0,18 (+19%), o SHX estava nivelado por US$ 0,031 (+10,6%), o RYU estava cotado a US$ 0,00000012 (+27,2%), o VVV era transacionado por US$ 3,12 (+14,1%) e o BERT estava quantificado em US$ 0,055 (+23,2%).

Entre as novas listagens estavam USELESS na Binance Futuros, PUBLIC na Bitget, BitMart, Gate.io, MEXC, SAGA na LBank, INSP na Phemes, STO na Bitvavo, XNY na CoinEx, BJF na P2B, AURA, SOPH e GMX na Biconomy.

No dia anterior, ADA, SKL e outras criptomoedas blue chips sentaram à janela no bonde da nova máxima histórica do Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.