O mercado de criptomoedas tem tido um 2022 difícil até agora, com Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) acumulando perdas de 14,4% e 28,6%, respectivamente. No entanto, os resultados negativos não foram suficientes para diminuir a confiança dos investidores brasileiros nos ativos digitiais.

Um levantamento da Teva Índices publicado nesta quarta-feira, 16, pelo Valor Investe revelou que há dois ETFs de criptomoedas entre os cinco que mais captaram recursos em negociações na B3 desde o começo do ano até 18 de fevereiro.

Segundo colocado no levantamento, o HASH11 foi o primeiro fundo de índice lançado pela Hashdex no mercado brasileiro. Ele segue o Nasdaq Crypto Index, um índice elaborado pela gestora brasileira em parceria com a bolsa norte-americana, que busca refletir globalmente o movimento do mercado de criptoativos através da exposição diversificada e segura a uma cesta variada de ativos digitais.

No período coberto pelo levantamento, o HASH11 captou R$ 101,3 milhões, chegando a um total de 146.700 cotistas e a um patrimônio líquido de R$ 1,6 bilhão. Em janeiro, o HASH11 tornara-se o segundo maior ETF da B3 em número de cotistas.

Já o recém lançado DEFI11 começou a ser negociado em 17 de fevereiro e imediatamente captou R$ 56,6 milhões, soma que o posiciona no quinto lugar do ranking, de acordo com o levantamento. O ETF DeFi da Hashdex é o primeiro fundo de índice do mundo focado exclusivamente em protocolos de finanças descentralizadas.

Desenvolvido em parceria com a CF Benchmarks, um dos principais provedores globais de índices atrelados ao mercado de criptomoedas, o DEFI11 reflete o “CF DeFi Modified Composite Index”. Segundo a Hashdex, trata-se de um índice que segue rigorosos critérios de elegibilidade para obter a melhor performance de mercado a partir de um conjunto de tokens de protocolos DeFi.

Amadurecimento do mercado

Gabriel Verea, executivo da Teva Indices, disse que o levantamento revela um novo grau de sofisticação dos investidores brasileiros: 

"O que vemos com esse levantamento é que o pessoal está procurando teses de investimentos mais diretas, mais específicas. O investidor está menos generalista e isso é parte também da evolução do próprio mercado de ETFs".

Ouvido pela reportagem, o economista Rafael Panonko destacou que os ETFs surgem como uma boa opção para que os investidores diversifiquem seus portfólios a partir de pequenos aportes:

""O investidor está tentando sair um pouco do óbvio. Até dois anos, o que tínhamos eram ETFs de índices tradicionais, como Ibovespa, S&P e alguns outros. Hoje temos uma realidade diferente. Nos EUA, os ETFs são bem famosos e aqui no Brasil está caindo no gosto do público de pessoa física justamente porque é uma alocação que você consegue fazer com pouco capital, além de ficar proporcionar uma diversificação da carteira." 

A partir de 30 de março os investidores brasileiros ganharão uma nova opção para diversificação de portfólio com produtos vinculados ao mercado cripto. Na segunda-feira, 14, a Hashdex anunciou o lançamento do WEB311, um ETF composto por ativos relacionados à Web3 e a plataformas de contratos inteligentes. Os investidores interessados em adquirir cotas do WEB311 já podem fazer reservas desde já, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.

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