Cointelegraph
Cassio GussonCassio Gusson

Exchanges de criptomoedas do Brasil são alvo de investigação americana envolvendo hackers do Ashley Madison

Exchanges de criptomoedas do Brasil se tornaram alvo de uma investigação em curso nos EUA e que envolve um ataque hacker e de extorsão executado no Ashley Madison

Exchanges de criptomoedas do Brasil são alvo de investigação americana envolvendo hackers do Ashley Madison
Notícias

Exchanges de criptomoedas do Brasil se tornaram alvo de uma investigação em curso nos EUA e que envolve um ataque hacker e de extorsão executado em 2015 na rede social adulta Ashley Madison.

Segundo informações compartilhadas com o Cointelegraph, a justiça americana nomeou um comissário que está trabalhando junto com autoridades brasileiras, recolhendo provas de diversas carteiras de Bitcoin e criptomoedas mantidas em empresas e serviços de criptoativos no Brasil, de um dos suspeitos de extorsão envolvendo o site Ashley Madison.

"(...) coletar provas sobre contas Bitcoin – conforme pedido de assistência judicial do Brasil – para uma investigação criminal sobre um “sujeito desconhecido” por suspeita de extorsão envolvendo “Ashley Madison, um site de namoro online e social com sede no Canadá serviço de networking comercializado para pessoas casadas ou em relacionamentos”, destaca um dos trechos do documento.

O site Ashley Madison foi alvo de um grande ataque hacker em 2015 quando mais de 10GB de dados foram roubados e divulgados pelos criminosos em fóruns e mercados na Deep Web. Os arquivos incluíam nomes, endereços, números de telefone, logins e informações de cartões de crédito de membros do site.

Na época do ataque o Ashley Madison alegava possuir mais de 40 milhões de usuários em todo o mundo. Além dos dados pessoais também foram divulgadas descrições usadas pelos membros do site. Até o momento, nenhum dos suspeitos ligados ao ataque foi preso.

O ataque e o posterior vazamento dos dados causaram diversos problemas ao site e a seus usuários na época. O Ashley Madison chegou a demitir seu CEO na época, Noel Biderman, e foi alvo de processos civis e criminais nos EUA, Canadá e outras nações. Além disso foi acusado de operar um sistema de perfis falsos para 'bombar' a plataforma.

Extorsões com pagamentos em Bitcoin

Após o vazamento de dados do site a Avid Life Media, a companhia dona do site de traições, chegou a oferecer 500.000 mil dólares canadenses por qualquer informação que levasse a “identificação, prisão e acusação” de hackers membros do Impact Team, a equipe responsável pelos vazamentos de informações que revelaram não apenas a identidade e números de cartões de crédito, mas até mesmo as fantasias sexuais dos usuários do Ashley Madison.

Além disso, com o vazamento dos dados, diversos casos de extorsão foram relatados por cidadãos do Brasil e de todo o mundo. Via e-mail, as pessoas que tiveram seus dados revelados pelos hackers eram intimadas a transferir uma quantia em bitcoins caso não quisessem que seus amigos e familiares soubessem que eles tinham perfil no Ashley Madison.

Em um dos casos, ao receber o e-mail de extorsão, dois usuários canadenses do site teriam cometido suicídio por terem tido seus dados revelados com o vazamento.

"Seus dados foram vazados quando o Ashley Madison foi hackeado recentemente, e eu tenho todas as suas informações. Eu também usei o seu perfil para encontrar sua conta no Facebook, e usando isso eu tenho agora uma linha direta para entrar em contato com todos os seus amigos e familiares. Se você quiser evitar que eu compartilhe essa sujeira com todos os seus amigos e familiares (e talvez até com empregadores?), você precisa enviar exatamente 1.05 bitcoin para o seguinte endereço", dizia o texto das extorsões.

Segundo Ed Hadley pesquisador da Vade Secure, golpes de extorsão como no caso do Ashley Madison são um bom exemplo de que uma violação de dados nunca é apenas um simples vazamento.

“Além de serem vendidos na dark web, os dados vazados são quase sempre usados para lançar ataques adicionais baseados em e-mail, incluindo phishing e golpes como este”, apontou.

LEIA MAIS