O mercado de criptoativos está com diversas novidades. A Smartpay, por exemplo, ampliou seu projeto de monitoramento contra crimes digitais após novos alertas do Banco Central.
Já a Hashdex reforçou sua presença nos Estados Unidos com a contratação de executivos veteranos do mercado financeiro. A expansão atende à crescente demanda por produtos regulados de investimento em cripto, consolidando a atuação da empresa que já soma mais de R$ 8 bilhões sob gestão.
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No campo regulatório, o Banco Central do Brasil prepara normas inéditas voltadas para stablecoins e segurança no setor. As regras incluem verificação rigorosa de identidade, monitoramento em tempo real de transações e reporte de operações suspeitas, aproximando o país das práticas internacionais já adotadas em mercados como a União Europeia.
Além disso, novas frentes de adoção chamam a atenção na América Latina. A BlindPay ganhou destaque em relatório da Dune Analytics por liderar soluções de pagamentos com stablecoins, enquanto a ABToken e o Grupo Chiliz defenderam, no Ethereum Brasil 2025, maior colaboração regulatória e a tokenização como forma de ampliar a inclusão financeira, criar novas receitas e aproximar comunidades.
Smartpay reforça combate a crimes cibernéticos
A Smartpay intensificou sua atuação contra crimes digitais após novos alertas do Banco Central sobre ataques cibernéticos que afetaram instituições de pagamento. O movimento ocorre em meio à crescente vulnerabilidade do sistema financeiro, exposta após um ataque de R$ 800 milhões via Pix em junho.
Com o projeto S.W.A.T – Sistema de Monitoramento Anti-Fraudes, a empresa reúne autoridades como Ministério Público e Delegados, além de especialistas em cibercrime, para rastrear transações suspeitas envolvendo criptoativos. O objetivo é impedir a conversão de recursos ilícitos em criptomoedas e apoiar investigações dentro da legalidade.
Entre as ferramentas utilizadas estão a auditoria de contratos inteligentes, congelamento de USDT e identificação de wallets ligadas a crimes. A empresa também opera com a solução Pixlink e adota padrões internacionais de compliance, fortalecendo a confiança entre setor privado e autoridades no combate ao crime cibernético.
Hashdex amplia equipe nos EUA
A gestora de criptoativos Hashdex reforçou sua presença no mercado americano com a contratação de quatro executivos veteranos: Justin Taylor, Jaron Carter, Chris Eurich e Tommy Trost. Cada um será responsável por uma região estratégica, atendendo diretamente consultores financeiros e instituições.
O CEO Marcelo Sampaio destacou que a expansão atende à crescente demanda de investidores por formas seguras e reguladas de investir em cripto. Os executivos trazem experiência em grandes instituições, como UBS, BlackRock, JPMorgan e Charles Schwab, além de relações sólidas no setor.
Com mais de R$ 8 bilhões em ativos sob gestão, a Hashdex já atua em nove países e lançou o primeiro ETF de índice cripto do mundo. Agora, fortalece a distribuição de seus produtos nos EUA, com foco no Hashdex Nasdaq Crypto Index US ETF (NCIQ).
ABToken reforça papel da regulação
Durante o Ethereum Brasil 2025, a diretora executiva da ABToken, Regina Pedroso, destacou que a tokenização precisa de segurança jurídica, padronização e diálogo constante com reguladores. Ela apontou desafios como interoperabilidade, compliance, cibersegurança e educação para consolidar o setor no Brasil.
Regina ressaltou a importância de superar barreiras, como a resistência de cartórios à tokenização imobiliária. Segundo ela, é necessário unir a excelência jurídica com a prática operacional das empresas para preparar o mercado para novas normas.
A executiva também defendeu maior disseminação de conhecimento e transparência, evitando a associação do setor apenas à criminalidade. Ela citou ainda oportunidades em ativos verdes e biodiversidade, como tokens de carbono, que podem posicionar o Brasil como referência global em inovação.
Grupo Chiliz aposta em inovação
No Ethereum Brasil 2025, o Grupo Chiliz apresentou sua visão sobre a tokenização no esporte. A executiva Marina Fagali destacou que os torcedores devem estar no centro das estratégias digitais, criando modelos de engajamento em que todos se beneficiem.
Segundo Marina, a tokenização amplia as possibilidades de monetização recorrente, já que os clubes podem transformar conteúdos e ativos em novas receitas. Ela também defendeu a descentralização da gestão esportiva, permitindo que mais atores participem das decisões e da economia do setor.
Como exemplo prático, Marina citou o hackathon realizado pelo Paris Saint-Germain com 240 desenvolvedores, além do desafio promovido pela Chiliz no próprio evento em São Paulo. Para ela, integrar esporte e tecnologia é essencial para criar novos ciclos de sustentabilidade financeira.
Brasil pode se tornar referência em ativos digitais
O Banco Central prepara uma regulação inédita para o mercado de criptoativos, com foco em stablecoins, governança e segurança. A medida inclui exigências como verificação rigorosa da identidade dos usuários (KYC), monitoramento em tempo real de transações e reporte de operações suspeitas ao COAF.
Segundo o advogado Eduardo Maurício, especialista em direito penal, as novas regras alinham o Brasil às recomendações internacionais do GAFI e aproximam o país de modelos já implementados em regiões como a União Europeia, que adota o regulamento MiCA.
Além de fortalecer o combate a crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e terrorismo, a regulação deve aumentar a credibilidade do sistema financeiro nacional. O especialista aponta que o país pode se consolidar como referência global em ativos digitais regulados, ampliando a confiança de investidores e impulsionando a economia digital.
BlindPay ganha destaque em relatório
A BlindPay foi reconhecida no relatório LATAM Crypto 2025 da Dune Analytics como um dos principais players de pagamentos cripto-native. A empresa oferece uma API para desenvolvedores que integra stablecoins em operações do dia a dia, como remessas, salários e poupança.
O estudo mostra que o uso de cripto na região deixou de ser apenas especulativo e se tornou parte da infraestrutura financeira. Em especial, stablecoins como USDT e USDC já respondem por mais de 90% das transações em exchanges em países afetados por inflação e desvalorização cambial.
Para o CEO Bernardo Simonassi, o reconhecimento valida a missão de democratizar os pagamentos internacionais. A plataforma se consolida como um neobank cripto-native, ampliando inclusão financeira com tecnologia simples e regulada.