O mercado cripto no vive uma nova onda de expansão institucional, com empresas globais intensificando suas operações no Brasil e lançando produtos voltados para adoção em larga escala.
Nos últimos dias, gigantes como Bitpanda, BitGo, Bitget Wallet, Virtuals Protocol, Digitra.com e Tanssi anunciaram investimentos, parcerias e novos serviços que reforçam a maturidade do setor e a busca por infraestrutura segura, acessível e escalável.
A Bitpanda ingressou na ABcripto e planeja liderar a digitalização financeira no Brasil com soluções para bancos e fintechs. A Virtuals Protocol contratou um executivo brasileiro para lançar seu Protocolo de Comércio entre Agentes (ACP) e impulsionar a inteligência artificial descentralizada na região.
Já a Digitra.com inovou ao oferecer rendimento de 26% ao ano em stablecoins, dispensando bloqueios, enquanto a Tanssi lançou sua mainnet com foco em appchains institucionais que podem ser ativadas em minutos.
Nos bastidores, a BitGo fortaleceu sua oferta para empresas que querem adicionar Bitcoin ao balanço, com foco em compliance e segurança, e a Bitget Wallet dobrou sua base de usuários ao redefinir a experiência cripto como algo simples e usável no dia a dia.
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Bitpanda mira o Brasil com entrada na ABcripto
A Bitpanda anunciou sua entrada oficial no mercado brasileiro ao se associar à ABcripto. Fundada em 2014, a Bitpanda conta com mais de 3.200 ativos listados e se destaca por sua tecnologia white-label (Investment-as-a-Service), além de oferecer soluções de custódia e tokenização integráveis via API.
O foco no Brasil se dá pelo crescimento do setor cripto, impulsionado tanto pelo varejo quanto por instituições financeiras locais. “O país combina regulamentação proativa com alto potencial de adoção”, afirma Rafael Teruszkin, head de parcerias da empresa para a região.
Para a ABcripto, a chegada da Bitpanda fortalece o ecossistema nacional e atrai atenção global.
“Representa um passo importante na internacionalização do setor brasileiro”, destaca Bernardo Srur, CEO da associação. Com isso, a entidade amplia sua rede de parceiros comprometidos com inovação, transparência e segurança, consolidando o mercado cripto como um pilar da nova economia digital no país.
Virtuals Protocol aposta na América Latina
A Virtuals Protocol iniciou sua expansão na América Latina com a contratação do brasileiro Lugui Tillier como head regional. Ex-Lumx e com experiência em parcerias com gigantes como Polygon, Tether e Chainlink, Tillier quer posicionar a Virtuals como protagonista no continente. Ele reforça a importância de ter um time local para captar talentos, apoiar financeiramente os projetos e fortalecer o ecossistema.
Além do crescimento regional, a empresa anunciou o ACP – Agent Commerce Protocol, uma inovação que permite que agentes de IA contratem outros agentes, usem stablecoins e criem redes autônomas de trabalho.
Os agentes funcionam como analistas digitais que tomam decisões de forma independente e operam ininterruptamente. Um exemplo já em funcionamento é a Media House Autônoma, onde agentes se organizam para executar tarefas de comunicação em rede social, sem intervenção humana.
Tillier afirma que o futuro das relações digitais envolverá tanto interações entre humanos e agentes quanto entre os próprios agentes, criando um novo mercado descentralizado baseado em reputação.
Ele acredita que a América Latina, já pioneira em fintechs e inovação digital, pode se tornar o principal celeiro de projetos estratégicos para a Virtuals. Sua missão inclui identificar essas iniciativas e integrá-las ao ACP, criando um ecossistema robusto e interconectado na região.
Digitra.com lança staking com 26% ao ano
A Digitra.com anunciou um novo programa de staking que recompensa usuários que mantêm stablecoins na plataforma, como USDT e USDC. Com uma taxa mensal de 2%, o retorno anual composto chega a 26%, sendo as recompensas pagas em DGTA, token próprio da exchange. O modelo dispensa bloqueio dos ativos e funciona de forma automática, com cálculo no fim de cada mês.
Além das stablecoins, o programa contempla outras criptomoedas: Bitcoin, Ethereum e Solana rendem 1,5% ao mês, enquanto ativos como Dogecoin, Cardano e Ripple geram 1%. A Digitra.com também permite movimentações em nove redes blockchain diferentes, o que facilita transferências e reduz riscos de incompatibilidade — uma dor comum para usuários cripto.
Segundo Rodrigo Batista, CEO da plataforma, o staking visa atrair investidores que buscam rendimento em dólares, sem a complexidade dos modelos tradicionais. A iniciativa surge em meio ao crescimento do uso de stablecoins no Brasil, que já superam o volume de transações com Bitcoin, segundo a Receita Federal.
Tanssi lança mainnet para criar appchains
A Tanssi Network lançou oficialmente sua mainnet, permitindo que empresas criem suas próprias appchains — blockchains personalizadas — em poucos minutos. A infraestrutura é voltada para projetos de finanças descentralizadas (DeFi), pagamentos e ativos do mundo real (RWAs), todos assegurados pela segurança da rede Ethereum.
Durante a fase de testes, mais de 3.000 appchains foram implantadas e 57 milhões de transações processadas. A Tanssi permite customizações profundas, como transações sem taxas (gasless), múltiplos tokens para pagamento e regras de compliance integradas diretamente no código da rede, como KYC/AML em tempo real — sem depender de soluções externas.
A rede já nasce com US$ 319 milhões em ativos delegados via protocolo Symbiotic, garantindo segurança sem exigir capital próprio dos projetos. Entre os primeiros parceiros estão empresas como Wirex, BLOCKBR, AmFi e Flow Studios. Com apoio de investidores de peso, a Tanssi quer simplificar o desenvolvimento Web3 e acelerar a adoção institucional de blockchain.
BitGo quer facilitar uso de Bitcoin nas tesourarias
A BitGo anunciou a expansão de seus serviços institucionais para empresas que desejam adicionar Bitcoin aos seus balanços. A nova proposta combina custódia fria assegurada, APIs auditáveis, fluxos de tesouraria automatizados e mesa OTC com foco em segurança e conformidade. O objetivo é oferecer uma solução robusta para companhias que buscam integrar ativos digitais de forma estruturada e regulamentada.
Com 12 anos de atuação e mais de US$ 100 bilhões em ativos sob custódia, a BitGo se posiciona como referência em infraestrutura de ativos digitais para o mercado institucional. A empresa oferece um modelo que atende desde grandes tesourarias até empresas que buscam dar os primeiros passos com criptoativos. O serviço “white-glove” garante suporte personalizado para operações mais complexas.
Segundo o CEO Mike Belshe, a adoção de Bitcoin no meio corporativo exige mais do que convicção: exige infraestrutura segura e integrada aos processos contábeis e operacionais das empresas. A BitGo acredita que essa nova fase de serviços vai acelerar a entrada de grandes corporações no universo cripto.
Bitget Wallet dobra base de usuários e nomeia novo CMO
A Bitget Wallet anunciou Jamie Elkaleh como novo Chief Marketing Officer após expandir sua base de usuários de 40 para 80 milhões em menos de um ano. A carteira passou por uma reformulação de marca e agora se posiciona como uma plataforma completa para trading, pagamentos, rendimentos e descobertas Web3. O foco da nova fase é tornar a experiência cripto mais simples, segura e acessível para o público global.
Entre as novidades estão o Bitget Wallet Alpha, com alertas de sinais on-chain, e a campanha Fomo Thursdays, que oferece acesso antecipado a novos tokens nas redes Solana, Base e outras. A carteira agora suporta mais de 130 blockchains e milhões de ativos, consolidando-se como um hub multichain. No setor de pagamentos, o programa PayFi quer transformar stablecoins em ferramentas reais de consumo e remessas.
Elkaleh traz experiência de múltiplos setores, tendo atuado com educação blockchain e estratégias de crescimento. Ele agora liderará a expansão global da marca e programas educacionais em universidades e comunidades de desenvolvedores. A missão é clara: tornar o uso de cripto acessível e relevante no dia a dia das pessoas.