Um fundador de empresa de criptomoedas foi preso em Nova York por supostamente usar sua firma, a Evita Pay, para canalizar cerca de US$ 530 milhões para os Estados Unidos a partir de bancos russos sancionados, ajudando cidadãos russos a acessarem tecnologias americanas altamente sensíveis.
Iurii Gugnin foi indiciado com 22 acusações e enfrentará processos relacionados a fraude bancária e eletrônica, lavagem de dinheiro e operação de uma empresa de transmissão de dinheiro sem licença, entre outros, conforme informou o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) nesta segunda-feira.
Se condenado, Gugnin pode passar o resto da vida na prisão. Este é o mais recente caso envolvendo o uso de criptoativos para tentar burlar sanções e lavar fundos.
O DOJ alega que Gugnin operou um esquema de lavagem de dinheiro em larga escala de junho de 2023 a janeiro de 2025, processando transações com a stablecoin Tether (USDT) em nome de clientes russos ligados a bancos na lista de sanções, como o Sberbank, VTB, Sovcombank e Tinkoff.
Segundo John A. Eisenberg, procurador-assistente de segurança nacional, Gugnin transformou sua empresa de cripto em um “canal secreto para dinheiro sujo,” movimentando cerca de US$ 530 milhões pelo sistema financeiro dos EUA para ajudar bancos russos sancionados e facilitar o acesso de usuários russos a tecnologias americanas sensíveis:
“O Departamento de Justiça não hesitará em levar à justiça aqueles que colocam em risco nossa segurança nacional ao permitir que nossos adversários estrangeiros burlem sanções e controles de exportação.”
Gugnin teria mentido para bancos dos EUA sobre os vínculos russos da Evita, manipulado faturas para ocultar a identidade dos clientes e ignorado regras de combate à lavagem de dinheiro, apesar de registrar a Evita Pay como empresa de transmissão de dinheiro na Flórida usando declarações falsas, segundo o DOJ.
O Cointelegraph entrou em contato com a Evita Pay para comentar, mas não recebeu resposta imediata.
Fundador de cripto suspeitava que estava sendo investigado
Gugnin também teria feito buscas na web como: “Estou sendo investigado?” e “sinais de que você pode estar sob investigação criminal”, de acordo com o DOJ, que afirma que essas pesquisas indicam que ele sabia estar violando a lei.
“Quais são as melhores formas de descobrir se você está sendo investigado e o que alguém pode fazer ao suspeitar disso,” Gugnin também teria pesquisado online.
Gugnin pode pegar prisão perpétua
Gugnin enfrenta até 30 anos de prisão por cada acusação de fraude bancária, até 20 anos por cada acusação de fraude eletrônica e até 10 anos por falha em implementar um programa eficaz de combate à lavagem de dinheiro e por não registrar relatórios de atividades suspeitas.
O fundador da empresa de cripto ainda pode receber até cinco anos de prisão por conspiração para fraudar os Estados Unidos.