A exchange de criptomoedas HitBTC recorreu à especificidade de sua criptografia em uma disputa em andamento com a equipe por trás da altcoin Bitcoin Private (BTCP), conforme publicação no blog da HitBTC no dia 26 de março.

A disputa envolve a deslistagem da altcoin pela HitBTC que, por sua vez, é acusada de fraude pela equipe da alt.

A HitBTC, atualmente classificada pelo CoinMarketCap como a 15ª maior exchange do mundo por volume ajustado de transações diárias, afirma que a equipe do BTCP ofereceu uma solução “inadequada” para transferir seus fundos antes de um coinburn programado.

Na publicação - intitulada “Explicação sobre a situação do BTCP” - a exchange também afirma que os desenvolvedores da moeda não forneceram nenhum código ou documentação para criptografia de transação específica usada em sua blockchain. Além disso, a HitBTC acusa o BTCP de criar risco de custódia e instabilidade do ecossistema.

No início deste mês - o dia em que o BTCP publicou sua carta acusando a exchange de atividades fraudulentas - a HitBTC revelou que o BTCP havia queimado uma parte dos fundos ainda remanescentes em custódia na exchange em nome de usuários. A HitBTC afirmou que, em seguida, compensou todas as perdas para os usuários afetados.

Na declaração desta semana, a exchange alega que o BTCP ainda está disponível para retirada da plataforma e que seus clientes não sofreram nenhuma perda como resultado do coinburn.

O publicação no blog, no entanto, não fornece respostas concretas às alegações anteriores da equipe do BTCP que acusou a HitBTC de uma tentativa de extorsão.

Como explicado anteriormente pelo Cointelegraph, o BTCP foi criado em um fork do ZClassic (ZCL) e do Bitcoin (BTC) com aviso de um futuro coinburn em seu whitepaper. O evento agendado para meados de fevereiro de 2019 teve como objetivo apagar todas as moedas que não foram reivindicadas ou movidas desde o fork.

No entanto, antes do coinburn, a HitBTC entrou em contato com o BTCP solicitando assistência para proteger os fundos de seus usuários em uma série de e-mails. A exchange ainda pediu 58.920 BTCP (cerca de US$ 17.600) em compensação após o coinburn devido às perdas esperadas.

O BTCP insistiu que os endereços criados após o fork não seriam afetados e, portanto, não haveria perda de fundos. A equipe da altcoin alegou que a HitBTC possuía secretamente 58.920 BTCP em uma carteira de BTCP Segwit e que as preocupações com o coinburn estavam relacionadas aos fundos pessoais da exchange.

Quando o coinburn realmente ocorreu, de acordo com a equipe da altcoin, a HitBTC ameaçou retirar suporte da criptomeoda se sua equipe de desenvolvimento não compensasse a soma do BTCP. Em março, a moeda foi retirada da exchange.

No início de 2019, o organizador da Proof of Keys, Trace Mayer, sugeriu publicamente que a HitBTC poderia estar deliberadamente congelando as retiradas após a campanha. Mayer defende a retirada maciça de todos os fundos das exchanges e de terceiros centralizados.

No entanto, a HitBTC rejeitou as alegações, afirmou um representante da empresa ao Cointelegraph: “Esse congelamento temporário de retiradas relacionadas à segurança são uma consequência direta de nossas medidas internacionais de KYC e AML. Essas regras existem e se aplicam a nós e a todos 24 horas por dia, 365 dias do ano.”