Resumo da notícia

  • Instalações de apps cripto sobem 90% em 2025.

  • CPI cai de US$ 5,17 para US$ 2,90.

  • Sessões em apps cripto duram, em média, 11,9 minutos.

Um estudo publicado pela Adjust, chamado "The Finance App Insights Report", revelou que apesar da incerteza no preço do Bitcoin, as instalações de aplicativos de criptomoedas dispararam 90% mundialmente em comparação ao mesmo período do ano anterior.

A empresa destaca que isso reflete o interesse renovado no mercado, já o tempo médio das sessões nesses apps cresceu 2% durante o mesmo período, com 11,9 minutos. 

Após um período de reajuste, o mercado mostra sinais de estabilização. O custo para adquirir usuários diminuiu drasticamente: o Custo por Instalação (CPI) global caiu de US$ 5,17 para US$ 2,90, enquanto o Custo por Clique (CPC) despencou de US$ 0,41 para apenas US$ 0,12.

“O relatório de 2025 sinaliza uma janela de oportunidade estratégica para aplicativos de criptomoedas. O desafio não é mais encontrar usuários, mas sim convertê-los em investidores ativos e de longo prazo”, explica Fernando Cabral, Diretor de Growth da Adjust para a América Latina.


O relatório abrangeu diversas verticais de aplicativos financeiros, incluindo bancos, criptomoedas, pagamentos e negociação de ações. Foram analisados dados em regiões globais como América Latina (LATAM), América do Norte, Ásia-Pacífico (APAC), Oriente Médio e Norte da África (MENA).

Os dados foram coletados a partir de uma amostra dos principais 5.000 aplicativos da Adjust e de um conjunto completo de todos os apps monitorados pela empresa, com informações abrangendo 45 países e aproximadamente 250 regiões.

Tokenzação também cresce

Reflexo deste interesse em alta no mercado cripto, a tokenização também registrou um importante avanço no Brasil de acordo com o Brazil Tokenization Report 2025, elaborado pela Nexa em parceria com a Fintrender.

O estudo indica que o Brasil acaba de ultrapassar US$ 1 bilhão em ativos tokenizados, consolidando o país entre os líderes globais dessa transformação.

Caue Duarte, sócio da Nexa Finance e responsável pelo relatório, afirma que o setor vive um ponto de inflexão raro.

“Não discutimos mais se a tokenização será adotada, mas como ela vai remodelar a prateleira de produtos”, diz.

Segundo ele, o momento atual representa uma convergência inédita entre tecnologia, regulação e apetite institucional, criando um ambiente fértil para a digitalização de estruturas financeiras antes intocáveis.

O relatório reúne dados de 2023 a 2025 e destaca que gigantes de Wall Street já não tratam a tokenização como teste, mas como produto. Empresas como BlackRock, JPMorgan, Apollo e Nasdaq lançaram fundos tokenizados, desenvolveram plataformas baseadas em infraestrutura blockchain e passaram a propor novas regras de negociação. Essa mudança, segundo Duarte, dissolve fronteiras entre “mercado tradicional” e “mercado digital”.

“O jogo agora é único, e a tokenização virou o novo alicerce”, afirmou.

Outro ponto de destaque é o tamanho da engrenagem monetária que sustenta esse movimento. Com mais de US$ 300 bilhões em stablecoins circulando e um volume mensal superior a US$ 3,5 trilhões, o relatório aponta que “o dinheiro digital já roda mais do que Visa e Mastercard juntas”. A tokenização de ativos passa a caminhar sobre uma base já consolidada.

A regulação também aparece como um fator decisivo. No Brasil, a atuação coordenada da CVM e do Banco Central colocou o país à frente de outras jurisdições. Nos EUA, o GENIUS Act tornou-se referência ao trazer clareza para stablecoins. O relatório mostra que 87% dos entrevistados veem a evolução regulatória como o motor número um da adoção.

No lado comercial, o apetite dos distribuidores brasileiros impressiona. Sete em cada dez profissionais entrevistados afirmam já oferecer algum tipo de ativo digital. Para esse público, os maiores benefícios estão na customização e na redução de custos, ambos apontados por 75% dos respondentes. Essa validação, segundo Duarte, ajuda a explicar o avanço do país em direção ao topo do ranking global.

Apesar do avanço tecnológico, a barreira principal agora é social. O estudo revela que a resistência cultural e o baixo conhecimento do público são vistos como os maiores obstáculos, cada um citado por 67% dos participantes.

Duarte destaca que “o gargalo não é técnico; é educacional”. Para ele, o desafio está em traduzir conceitos complexos em propostas claras para o investidor final, algo essencial para destravar a próxima fase de adoção.

O relatório conclui que a tokenização já provou eficiência, transparência e liquidez superiores ao modelo tradicional. Falta, agora, transformar essas vantagens em compreensão popular. “A tecnologia está madura. O mercado está pronto. Quem não estiver preparado para essa mudança ficará para trás”, afirma Duarte.