Informações de monitoramento do CoinMarketCap indicavam nesta terça-feira (17) que a capitalização de mercado das criptomoedas recuperou quase 50% das perdas decorrentes do impacto negativo sofrido pelo setor na última semana em meio ao colapso do ecossistema da rede Terra (LUNA), quando o mercado chegou a perder aproximadamente US$ 200 bilhões. Agora, encontra-se em torno de US$ 1,3 trilhão.

Em meio ao turbilhão de perdas de um mercado já fragilizado pela conjuntura macroeconômica, um comunicado da exchange de criptomoedas Coinbase sugerindo que os clientes da plataforma não estariam com seus investimentos protegidos em caso de falência causou preocupação nos investidores. O que levou o CEO e cofundador da empresa, Brian Armstrong, a entrar em cena para acalmar os ânimos dos investidores. Mesmo assim, o episódio serviu para reacender as possibilidades de proteção de criptomoedas relacionadas às carteiras digitais

Ao Jornal O Globo, o analista de criptoativos da plataforma de análise de investimentos Nord Reasearch, Luiz Pedro Andrade, explicou que, no caso de compra de ação, a corretora faz o intermédio e a bolsa de valores fica com a parte da custódia dos ativos. O que não acontece com as exchanges de criptomoedas, que fazem as duas coisas. Neste caso, eles teriam que buscar o caminho da Justiça em caso de confisco, embora os riscos de quebra da Coinbase sejam pequenos, na visão de advogados especialistas. 

A alternativa para a minimização de riscos de confiscos, segundo os especialistas, seria a retirada dos criptoativos das plataformas para uma carteira digital própria. O que passa pela criação de uma chave privada que deve ser guardada pelo usuário. Segundo eles, a melhor alternativa continua sendo as carteiras frias (cold wallets), cujo software de armazenamento fica dentro de um dispositivo semelhante a um pendrive. O que se apresenta como melhor opção para se evitar ataques hackers. 

As soluções de carteiras online, as carteiras quentes (hot wallets), também apresentam riscos de ataques, apesar de os investimentos estarem fora da custódia das exchanges. Em abril, o provedor da carteira de criptomoedas MetaMask, ConsenSys, enviou um alerta à sua comunidade sobre ataques de phishing via iCloud da Apple. O que, no caso, tinha por objetivo roubar senhas e frases de acesso eventualmente quardadas automaticamente em backups de usuários. 

Menos utilizadas, as carteiras de papel representam outra alternativa quando o assunto é o armazenamento seguro de criptomoedas, uma vez que as chaves públicas e privadas são impressas em papel com o endereço criptográfico do armazenamento dos fundos, os quais precisam ser escaneados para acesso aos criptoativos. 

Em todos os casos, há ainda um risco comum: a perda das credenciais de acesso. Foi o que quase aconteceu com um estudante de 2011 até 2021, quando ele conseguiu desbloquear US$ 4,2 milhões em Bitcoin (BTC) ao recuperar suas chaves privadas, perdidas em 2011, conforme noticiou o Cointelegraph.

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